domingo, 11 de julho de 2010

Planeta "Fúria": Espanha campeã da Copa do Mundo FIFA 2010


União. Talento. Vitória. O ano de 2010 jamais sairá da memória do torcedor espanhol. Apontada por muitos como favorita ao título e, por outros, como equipe que novamente cairia de produção no momento decisivo da disputa, a seleção espanhola apresentou o futebol mais vistoso na África do Sul. Iker Casillas, a muralha que protegeu o gol da “Fúria” durante o campeonato mundial, ergueu aos céus a Copa do Mundo FIFA. Para o mundo inteiro ver!

Por Luciano Bonfoco Patussi
11 de julho de 2010

Foi uma conquista sem direito a qualquer “mas” ou “se”. A seleção espanhola, comandada por Vicente del Bosque, apresentou um grupo diferenciado das demais seleções durante o mundial. Mais do que talento individual preponderante, a Espanha foi campeã porque mostrou organização de equipe. Apresentou um verdadeiro time de futebol. Isso fez a diferença.

Quando falta talento em determinado elenco, ainda assim é possível montar uma equipe de futebol. Entretanto, se sobra talento, e aliado a isso o comandante da equipe consegue montar uma time coeso e compacto, a tendência é ocorrer o que todos viram na Copa do Mundo de 2010: Espanha campeã. Não foi com sobras. Mas foi suficiente. Foi com talento técnico e inteligência tática. Justo e merecido!

Desconfiada por muitos, acreditada por tantos outros, a “Fúria” venceu o campeonato mundial de forma indiscutível. Ao contrário da Holanda, que também merece os parabéns por ter alcançado sua melhor campanha desde 1978, a Espanha procurou sempre jogar mais futebol. Tinha qualidade de sobra para isso!

Diferentemente das Copas de 1994 até 2006, onde o campeão foi uma equipe mais pragmática e que contava com um ou dois talentos diferenciados tecnicamente, o mundial de 2010 pode significar uma mudança na tendência que vinha se instalando nas últimas disputas da mais cobiçada taça do planeta.

A seleção espanhola jogou, em 2010, um belo futebol. Foi uma equipe com posse de bola invejável. Muitas vezes, parecia que o time não tinha o objetivo do gol, pois a troca de passes da equipe durava incontáveis segundos. Minutos. Isso irritava os adversários. Os enervava. Esse domínio da “Jabulani” só foi possível porque havia muita qualidade individual, aliada a muita obediência tática.

Assim, a Espanha marcou poucos gols. Porém, todos os seus gols foram decisivos. Gols que minavam qualquer chance de reação dos seus adversários. Gols letais. Por outro lado, o sistema defensivo espanhol poucas vezes foi ultrapassado. Além disso, devido a sua técnica diferenciada, a Espanha cometeu poucas faltas durante o mundial. Mais um ponto positivo para a equipe de Vicente del Bosque.

Quando algum adversário conseguia passar pelo último defensor espanhol, Iker Casillas, o capitão da “Fúria”, procurou fazer seu trabalho da melhor forma possível. Puyol e Piqué, os zagueiros, estiveram em ótima forma. Ajudaram a garantir os resultados. Assim, este trio defensivo entrou para a história, juntamente com todo o elenco espanhol.

Foi desta forma que, faltando quatro minutos para o término da prorrogação, Fábregas, que entrou no segundo tempo, deu passe preciso para Iniesta. Foi uma assistência para a história. Livre, dentro da grande área, o craque do Barcelona recebeu a bola. Frio, carregando a esperança de uma nação inteira nas costas, o baixinho fulminou um tiro de perna direita.

Neste momento, o arqueiro holandês ainda tocou na bola. Era tarde. Na outra meta, Casillas derramava lágrimas. De emoção. Iniesta foi para o abraço. A rede balançava. A Espanha inteira agradecia. Estremecia a Península Ibérica. A Espanha é campeã mundial de futebol pela primeira vez!

A Holanda, vicecampeã mundial, foi ao gramado na final da Copa do Mundo com:

Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (depois Braafheid); Van Bommel, De Jong (depois Van der Vaart), Robben, Sneijder e Kuyt (depois Elia); Van Persie. Treinador: Bert Van Marwijk.

A “Fúria” foi campeã mundial formando sua equipe, na decisiva partida, com a seguinte escalação:

Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevilla; Busquets, Xabi Alonso (depois Fábregas), Xavi e Iniesta; Pedro (depois Navas) e Villa (depois Torres). Treinador: Vicente del Bosque.

A África do Sul está de parabéns pela organização e pelo belo espetáculo proporcionado através da Copa do Mundo de 2010. Também estão de parabéns todos os atletas, comissão técnica, dirigentes e torcedores espanhóis. Uma grande saudação esportiva para todos os leitores!

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