sábado, 19 de abril de 2014

Opinião: campeonato brasileiro 2014

Por Luciano Bonfoco Patussi
19 de abril de 2014

Em alguns minutos, iniciará a disputa do campeonato brasileiro de 2014. Na prática, 20 clubes iniciam a disputa da primeira divisão nacional. O futebol e suas incontáveis variáveis produz resultados, muitas vezes, surpreendentes, principalmente para torcedores e até mesmos profissionais da mídia esportiva. Inegavelmente, isso torna esse esporte ainda mais apaixonante.

No ano passado, o campeão foi o Cruzeiro. Equipe que tinha uma base qualificada tecnicamente, que agregou alguns valores importantes ao elenco, sempre valorizando o conjunto, e aliado a tudo isso, não teve significativas perdas de jogadores em meio à competição, devido à negociações com o futebol do exterior.

Cito isso apenas para termos um simples embasamento do que é necessário para a obtenção de êxito em um campeonato com as características do brasileirão.

Quais as suas apostas, torcedor brasileiro? Como seu time atuará no campeonato? Em minha opinião, resumidamente, destaco o seguinte parecer, sem considerar reforços decisivos que venham a ser contratados, e nem mesmo eventuais perdas que poderão ocorrer nos elencos nos próximos dias.

Cruzeiro (MG): atual campeão brasileiro, manteve sua base, contando com importantes e qualificados jogadores como, por exemplo, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, que dão criatividade ao meio campo, velocidade ao ataque e ainda apoiam a equipe, compondo defensivamente.

Santos (SP): mesmo derrotado na decisão do campeonato paulista, o Santos tem uma base de jogadores de grande valor e enorme potencial. Com a paciência e a competência de Osvaldo de Oliveira no comando, esses atletas podem oferecer bons resultados para o torcedor santista, em curto e médio prazo.

Atlético (MG): a base campeã continental permanece à serviço do time. A única carência é a falta de um jogador com a mesma característica de Bernard - vendido ano passado para o futebol ucraniano. Apesar disso, o time atleticano segue competitivo. Ronaldinho é o talento de renome mundial deste campeonato.

Corinthians (SP): é um clube que obteve muitos títulos com Tite no comando. Agora, Mano Menezes precisa mediar situações do dia a dia, para fazer com que esse mesmo elenco vitorioso readquira a confiança necessária, voltando a obter status de time campeão.

Palmeiras (SP): no retorno à primeira divisão, o tradicional e gigante alviverde precisa se firmar novamente no cenário nacional. Para isso, manteve no comando Gilson Kleina, que conhece como ninguém o elenco palestrino. Há bom potencial no plantel, visando tornar a equipe competitiva novamente.

Internacional (RS): como trunfos, o colorado conta com o retorno ao reformulado Beira Rio, após longo tempo afastado de sua casa. Além disso, Abel Braga recuperou a confiança dos atletas. A característica desse experiente elenco é a manutenção da posse de bola. Velocidade não é seu ponto mais evidente.

Grêmio (RS): o técnico Enderson Moreira busca recuperar o ânimo de sua equipe, após a derrota no estadual. Na Libertadores, a campanha é boa. Agora, iniciará a fase oitavas de final. Junto dela, o brasileiro. A aposta é em jovens promissores para retomar o caminho dos títulos. A pressão da torcida é gigante.

Flamengo (RJ): após a precoce eliminação na Libertadores, o torcedor espera recuperação imediata no campeonato nacional. O Flamengo é uma equipe que atua com muita raça e bravura, mas que, em alguns momentos cruciais, carece de maior técnica, fato que contraria a vencedora história rubro negra

Fluminense (RJ):  parcela relevante de torcedores de outros times acusa suposta influência de bastidores, o que teria mantido o tricolor na primeira divisão. Essa pressão pode atrapalhar o planejamento da equipe, que aposta na qualidade e na experiência de jogadores como Fred, Conca, Wagner e Sóbis, entre outros.

São Paulo (SP): há quase seis anos, o São Paulo conquistava o inédito tricampeonato brasileiro consecutivo. Para voltar a brilhar no patamar em que o clube acostumou a protagonizar, a aposta segue sendo na experiência de jogadores como Rogério Ceni e Luis Fabiano, além do talento de Alexandre Pato.

Botafogo (RJ): fora da Libertadores, com técnico demitido, tudo parece conspirar contra. Os reforços de maior qualidade neste ano são Jorge Wagner - de bom nível técnico, mas que não pode ser o principal protagonista, além de Emerson Sheik, recém contratado. A perda de Vitinho e Seedorf ainda é sentida.

Coritiba (PR): Celso Roth foi contratado para apaziguar o clima e tornar o time competitivo. Junto dele, Paulo Paixão chega ao clube para qualificar a parte física. Na média, avalio que o Coxa possui uma das dez melhores comissões técnicas do país, além do craque Alex. Tudo pela recuperação do prestígio nacional.

Atlético (PR): após derrota na Libertadores, o time quer repetir o sucesso obtido ano passado nos certames nacionais. Alguns dos principais atletas seguem no clube, tais como Weverton, Marcelo e Ederson. Manoel foi afastado temporariamente e algumas opiniões contestam o treinador Miguel Ángel Portugal.

Bahia (BA): para um clube grande e de massa, a conquista de títulos deve sempre ser objetivo. Entretanto, o momento do Bahia é de consolidação. Se após longo período de dificuldades, o tricolor conseguir se manter na primeira divisão, a tendência será, ano após ano, o time ser cada vez mais fortalecido.

Vitória (BA): após derrota no certame estadual, o momento é de busca por reafirmação. Ano passado, o Vitória fez boa campanha no campeonato brasileiro. O instante é de buscar reforços, apostar em talentos da base e tentar, cada vez mais, obter êxito e crescimento em nível nacional.

Sport Recife (PE): o momento é de festa. Com grande chance de conquistar o campeonato pernambucano, o Sport recentemente venceu a Copa Nordeste. O elenco adquire gosto por títulos. Esse estado anímico é fundamental para, agregando qualidade, fazer o Sport realizar uma boa campanha nacional.

Goiás (GO): é um clube com excelente estrutura. Teve brilhantes campanhas, inclusive em 2013. Walter, seu principal jogador, não permaneceu no clube. Recentemente, perdeu o estadual. Tem em Renan um bom goleiro. Vítor é um lateral de qualidade. Cabe a diretoria qualificar o time, dentro das possibilidades.

Criciúma (SC): ano passado, o tigre fez campanha onde time e torcedor jogaram juntos na reta final. Com esse ambiente, o clube escapou do rebaixamento. O desafio do técnico Caio Júnior, após insucesso no campeonato local, é tornar o time coeso e somar pontos ao longo do certame, se mantendo na elite.

Figueirense (SC): o time de Florianópolis reestreará na primeira divisão, logo após obter êxito no certame catarinense. Mas o objetivo inicial é qualificar o elenco para disputar o campeonato nacional em condições de seguir representando Santa Catarina na elite do futebol brasileiro.

Chapecoense (SC): dentro de suas limitações e guardadas as devidas proporções, a campanha da Chapecoense ano passado foi uma das maiores surpresas positivas do futebol nacional. Esse ano, a pressão será grande. O nível técnico é outro. O povo local está ao lado do time. Contudo, o desafio será imenso.