domingo, 5 de dezembro de 2010

Campeonato brasileiro de 2010: Fluminense é o grande campeão


Após emocionante disputa em suas rodadas finais, o campeonato brasileiro conheceu o grande campeão da edição de 2010. O entardecer de 5 de dezembro foi mais tricolor do que nunca. Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1970 e da Copa do Brasil em 2007, o Fluminense, que já havia sido campeão brasileiro em 1984, repete o feito de 26 anos atrás e fatura seu quarto grande título em nível nacional. Paz no Rio de Janeiro. O campeão brasileiro é, novamente, da Cidade Maravilhosa.

Por Luciano Bonfoco Patussi
06 de dezembro de 2010

O Fluminense precisava apenas vencer o já rebaixado Guarani para conquistar o campeonato brasileiro. Com a vitória, pouco importaria o resultado dos adversários diretos na luta pelo título: Corinthians e Cruzeiro. Tudo parecia simples. Mas uma conquista de tamanho imensurável jamais é fácil.

A torcida tricolor lotou o estádio Engenhão e coloriu suas arquibancadas em verde, branco e grená. Em campo, o início da partida foi bastante truncado. Insistindo em tentativas de lançamentos longos e pouco explorando os lados do campo, o Fluminense mostrava ansiedade e se atrapalhava. O Guarani procurava se defender como podia. Os ânimos estavam exaltados e o árbitro Carlos Simon, que nesta decisão se despediu do apito, distribuiu alguns cartões amarelos e advertências verbais.

O segundo tempo iniciou e a partida seguiu truncada, mas aos poucos o Tricolor das Laranjeiras se soltou. Os resultados paralelos eram favoráveis e, assim, o Fluminense seria campeão mesmo com um empate. Entretanto, um gol dos rivais, em campos distantes, poderia mudar a história. Assim, o Fluzão buscou fazer história com suas próprias forças, sem depender de quaisquer resultados paralelos.

Na beira do gramado, Muricy Ramalho pedia para seus comandados se acalmarem e tocarem mais a bola. Aos 16 minutos da etapa final, Carlinhos fez excelente jogada pela ponta esquerda, enganou seu marcador e cruzou a bola para a área. Washington, que entrara na equipe minutos antes, tocou de cabeça. A bola desviou no braço de um defensor e caiu em frente ao atacante Emerson Sheik. De perna esquerda, Emerson concluiu a jogada, entre as pernas do goleiro. A bola balançou a rede e uma explosão de alegria e emoção tomou conta da torcida tricolor. Fluminense 1 a 0.

O tempo foi passando e a disputa foi ganhando pequenas cargas de tensão a cada minuto. Perto do final da partida, veio o anúncio: o Cruzeiro marcava um gol contra o Palmeiras, em disputa paralela. Caso o Fluminense tomasse um gol, o título seria dos mineiros. Fé, oração e paixão tomaram conta do Engenhão e de todo canto do Brasil onde havia uma camisa tricolor. No gol estava Ricardo Berna, mas não estava sozinho. Ele sentia, com certeza, a presença de milhões de apaixonadas almas junto dele. Em parceria, formaram uma barreira intransponível.

Carlos Simon apitou o final da partida e a emoção tomou conta do gramado do Engenhão. Com a vitória por 1 a 0, atletas e comissão técnica do Fluminense invadiram o campo em uma festa que ficará marcada na história do futebol brasileiro.

Havia um evento comemorativo programado para ser realizado na Praça da Apoteose, onde os torcedores passariam a noite comemorando esta memorável conquista. Há quem diga que a comemoração no local foi impedida por uma chuva torrencial. Pequeno equívoco. Na verdade, o que caía do céu eram lágrimas coletivas de milhões de apaixonados seguidores. Choraram de alegria, os torcedores. Isso porque quem venceu foi o Fluminense, trajado com o branco da paz, com o verde da esperança e com a cor do encarnado. Assim como todos eles.

O tradicional Guarani foi derrotado jogando com:

Emerson; Guilherme (depois Pablo), Aislan, Ailson e Fabiano; Ronaldo, Maycon, Apodi, Paulinho e Márcio Careca (depois Geovani); Reinaldo (depois Douglas). Treinador: Vágner Mancini.

O Fluminense entrou para a história escalado com:

Ricardo Berna; Mariano, Gum, Leandro Eusébio e Carlinhos; Diguinho, Valencia, Julio César (depois Washington) e Conca. Emerson Sheik (depois Rodriguinho) e Fred (depois Fernando Bob). Treinador: Muricy Ramalho.

Parabéns, Fluminense! Campeão brasileiro de 2010!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reta decisiva: campeonato brasileiro 2010


Chegamos na reta decisiva do brasileirão 2010. Em até nove rodadas, conheceremos o novo vencedor do campeonato nacional, bem como os demais representantes do futebol brasileiro na Copa Libertadores da América de 2011.

Por Luciano Bonfoco Patussi
14 de outubro de 2010

Olhando para trás, chegamos a uma análise elaborada antes do início do campeonato brasileiro deste ano. Mais detalhes, sobre a análise realizada e divulgada no dia 8 de maio deste ano, podem ser visualizados através do endereço eletrônico abaixo descrito:

PREVISÃO DE ANTES DO INÍCIO DO CAMPEONATO

http://futebolartegarra.blogspot.com/2010/05/opiniao-campeonato-brasileiro-2010.html

Vimos que o equilíbrio realmente marcou o campeonato nacional mais uma vez. Não existem equipes imbatíveis nem mesmo times fracos em demasia, que não mereçam, pelo menos, respeito. Não existe "jogo jogado", como diz o ditado popular.

SITUAÇÃO ATUAL

Após o término da 29ª rodada, faltando nove jornadas para o final da disputa, pintam os principais favoritos a, de fato, manterem-se na corrida pelo título deste ano. A tabela de classificação mostra isso. O momento aponta o Cruzeiro, comandado por Cuca na casamata e por Montillo em campo, como líder do campeonato e franco favorito a seguir firme na disputa pelo título. Mas o Fluminense, logo atrás, comandado por Muricy Ramalho no banco e por Conca no gramado, não quer deixar escapar a chance de retomar o título de campeão brasileiro após 26 anos de espera.

O Corinthians, em pleno ano de seu centenário, parece ter perdido um pouco o rumo nas últimas rodadas, onde perdeu partidas que poderiam deixar a equipe em situação melhor na tabela de classificação. Esse fato, aliado ao pedido de demissão de Adilson Batista e as lesões de jogadores importantes, fazem o time de Parque São Jorge correr por fora, buscando alcançar os líderes e ainda lutar pelo título. Pela pontuação atual e pela situação de classificação antecipada para a Libertadores do ano que vem, Santos e Internacional correm mais por fora, tendo pequenas chances de título.

Repassando a análise realizada antes do início do campeonato, vemos que alguns times confirmaram sua situação inicial, pelo menos até o presente momento. Entretanto, outros decepcionaram não apenas seus torcedores, mas a crônica esportiva de modo geral. Vamos ao breve comparativo:

FAVORITOS AO TÍTULO

Santos e Cruzeiro confirmaram a expectativa criada e seguem firmes na disputa. A análise inicial, que previa ambos os times classificados entre os cinco melhores do campeonato, permanece inalterada. E além deles, o Corinthians confirma a expectativa de que brigaria por vaga na Libertadores e, quem sabe ainda, pelo título nacional.

SURPRESAS POSITIVAS

O Fluminense contratou o competente Muricy Ramalho para comandar o time, reforçou o elenco e não apenas briga por vaga na Libertadores, mas sonha de forma concreta com o título brasileiro.

O Atlético Paranaense aproveitou a janela de transferências da metade do ano e reforçou a equipe com bons jogadores. Trocou o comando técnico de forma acertada e a ousadia recompensou o atual 7º colocado na tabela. De candidato ao rebaixamento, o Atlético tem chances de vaga na Libertadores, o que está mais de acordo com a grandeza do Rubro-Negro paranaense.

O Ceará e o Guarani tiveram uma boa arrancada no campeonato e agora estão mais estabilizados na classificação. O risco de rebaixamento ainda existe, mas a campanha de ambos é boa, em relação à expectativa criada inicialmente.

DECEPÇÕES

Atual campeão brasileiro, o Flamengo ainda corre risco de rebaixamento. Do céu ao inferno entre 2009 e 2010, o time precisa lutar, nessas últimas rodadas, para permanecer sendo um dos únicos três clubes do Brasil – os outros dois são o Cruzeiro e o Internacional – que jamais deixaram de participar de uma edição do campeonato brasileiro da divisão principal. Uma vaga na Copa Sul-Americana é possível, mas improvável neste momento.

O Atlético Mineiro contratou Vanderlei Luxemburgo, fato que por si só já representaria um ponto positivo na formação da equipe. O Galo Mineiro conta com um elenco que possui bons jogadores, tais como Diego Tardelli, Diego Souza, Daniel Carvalho, entre outros. Se isso não serviria para levar o Galo ao título, pelo menos era possível sonhar com uma vaga na Libertadores. Mas o futebol possui variáveis diversas e o desempenho do time degringolou. A realidade mostra que escapar do rebaixamento será praticamente como um título obtido. Mas a esperança de escapar da queda ainda existe. É nela que o torcedor atleticano se agarra com todas as forças.

EMOÇÕES PELA FRENTE

Segue firme a disputa. Em qual time você apostaria neste momento? Qual a situação do seu time do coração? Participe.

Uma grande saudação esportiva à todos os leitores!

domingo, 22 de agosto de 2010

Copa Libertadores da América: Inter bicampeão


Já era madrugada do dia 19 de agosto quando um mar vermelho tomou conta das ruas do Rio Grande do Sul, do Brasil e da América. Após derrotar o Chivas Guadalajara por duas vezes nas partidas finais da Copa Libertadores da América, o Internacional venceu a competição pela segunda vez na sua história. Com a conquista, o "Colorado" entra em um seleto grupo de 12 clubes que possuem, em sua galeria, mais de uma conquista de Libertadores.

Por Luciano Bonfoco Patussi
23 de agosto de 2010

Na decisiva partida, disputada no Beira-Rio, o adversário colorado veio disposto a reverter a vantagem. No primeiro jogo da final, disputado em Guadalajara, o Internacional havia saído vitorioso, com o placar favorável de 2x1. Naquela partida, o time brasileiro teve, ainda, uma grande atuação coletiva. Este fato transbordou confiança no torcedor do Internacional. Por este vantagem obtida, um simples empate no Beira-Rio coroaria o título do time gaúcho.

O jogo derradeiro iniciou muito nervoso, um tanto truncado. O Inter buscava tomar a iniciativa, mas sem muito sucesso. Aos 42 minutos do primeiro tempo, Fabián colocou ponto final, parcialmente, na vantagem obtida pelo Inter na primeira partida. Em um golaço, o Chivas marcava 1x0 no placar. Festa mexicana no Beira-Rio.

O segundo tempo iniciou um tanto tenso e nervoso. Após algumas investidas ao ataque, o Internacional alcançou seu objetivo. Rafael Sobis, aos 16 minutos, marcou o gol de empate. O atacante colorado deu um toque na bola, na saída do goleiro, após cruzamento preciso de Kleber. Com o empate em 1x1, a torcida vibrou ainda mais nas arquibancadas. Mas nada, ainda, havia garantido o título. O jogo seguia.

Foi quando, aos 30 minutos, Leandro Damião marcou um bonito gol. O jovem atacante arrancou do meio campo, onde roubou a bola, e passou pela defesa adversária. Os colorados levantaram. Suplicaram o gol. Damião chutou. A bola quase foi defendida pelo goleiro mexicano. A rede balançou e os colorados tocaram, com a alma e o coração, o topo da América. Inter 2x1.

Faltava o gol do predestinado: Giuliano, após receber a bola de Wilson Mathias, passou com muita técnica pela defesa do time que detém a maior torcida do México. Na frente da meta, o jovem e promissor armador deu um leve toque, por baixo da bola, encobrindo o goleiro. Assim, aos 44 minutos do segundo tempo, Giuliano marcou o golaço que concretizou sua artilharia na competição. Lágrimas de alegria tomaram conta da torcida colorada. Teve ainda um gol, marcado por Araujo, descontando para o Chivas. Era tarde. O placar de 3x2 deu ao Internacional de Porto Alegre a sua segunda Copa Libertadores na história.

Com a conquista, o "Colorado" consolida ainda mais sua marca no cenário futebolístico mundial. O clube do Beira-Rio entra, ainda, no seleto grupo de, agora, 12 clubes que possuem mais de uma Libertadores da América no seu currículo. Os outros são: Independiente, Boca Juniors, Estudiantes e River Plate, da Argentina; Peñarol e Nacional, do Uruguai; Olímpia, do Paraguai; São Paulo, Cruzeiro, Santos e Grêmio, também do Brasil.

Na decisiva partida, o Club Deportivo Guadalajara, conhecido como Chivas, perdeu escalado com:

Michel; Magallón, De Luna, Reynoso e Ponce (depois Sólis); Araujo, Baéz (depois Vasquez), Fabián e Bautista; Arellano e Omar Bravo. Técnico: José Luiz Leal.

Já o Sport Club Internacional, por sua vez, coloriu a América de vermelho e branco mais uma vez, indo a campo com:

Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Sandro, Guiñazu, Tinga (depois Wilson Matias), D'Alessandro e Taison (depois Giuliano); Rafael Sobis (depois Leandro Damião). Técnico: Celso Roth.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Copa do Brasil 2010: Santos campeão


O estádio Barradão, em Salvador, viveu sua maior noite na decisão da Copa do Brasil. O Santos poderia até perder por um gol de diferença. Foi o que aconteceu. O placar de 2x1 foi um prêmio ao esforço do Vitória, que pela segunda vez na história alcança um vice-campeonato em nível nacional: a primeira vez foi em 1993, quando o rubro-negro baiano perdeu, para o Palmeiras, o título do campeonato brasileiro. Com a conquista da Copa do Brasil, os “Meninos da Vila Belmiro” garantiram, neste 2010, a nona conquista nacional da história do “Peixe”. Foi um título regado ao talento técnico dentro de campo, com jovens promissores como Paulo Henrique Ganso, André, Neymar, Wesley e outros mais, despontando com enorme qualidade para o futebol brasileiro. Além disso, foi importante o toque do comando forte imposto por Dorival Júnior, que tem se consolidado, ano após ano, como um treinador do primeiro nível do futebol nacional.

Por Luciano Bonfoco Patussi
05 de agosto de 2010

Após a vitória em Santos por 2x0, a equipe da Vila Belmiro foi jogar em Salvador com relativa tranqüilidade. Após um início de jogo onde o Vitória buscava, sem maior objetividade, sufocar o Santos em seu próprio campo, a equipe paulista se soltou aos poucos. Tanto que, ao final do primeiro tempo, praticamente sacramentou a conquista. Neymar pegou o rebote de sua própria cobrança de bola parada e cruzou na área. Edu Dracena, um dos “xerifes” da equipe, de cabeça, marcou Santos 1x0. Com o final do primeiro tempo e o placar adverso, a tarefa do Vitória tornou-se praticamente impossível. Se não tomasse mais nenhum gol, em 45 minutos, teria de marcar quatro vezes para ser campeão. Conseguiu marcar, parcialmente. Foi insuficiente.

O segundo tempo começou e o Vitória procurava, dentro de suas condições de time bem armado que é, diminuir a desvantagem. Foi assim que o experiente meio-campista Ramon deu passe para o zagueiro Wallace girar, dentro da área, e marcar de perna direita o gol de empate. O gol que reanimou a equipe baiana e determinou a igualdade no placar. Já aos 32 minutos do segundo tempo o centroavante Júnior recebeu a bola de Neto e, na saída do goleiro, deu um toque por baixo da bola, marcando um golaço por cobertura. Memorável, foi um tento que deu esperança à torcida do Vitória. Mas foi tarde demais.

O Vitória merece os parabéns por sua bela campanha na Copa do Brasil. É um time bem entrosado, sem grandes craques e que deve, agora, focar no campeonato brasileiro, buscando realizar uma campanha de afirmação. Já o Santos, com uma tática de velocidade, habilidade e toque de bola, conquistou, com futebol encantador e de forma merecida, a Copa do Brasil. O time já havia sido campeão paulista em 2010. Aliás, a final da Copa do Brasil foi um confronto entre o campeão paulista e o atual tetracampeão baiano.

O Vitória foi vice-campeão da Copa do Brasil escalado com:

Viáfara; Nino (depois Gabriel), Wallace, Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja, Bida (depois Adaílton) e Ramon (depois Renato); Elkeson, Júnior e Schwenck. Técnico: Ricardo Silva.

O Santos foi à Salvador, vencer a sua primeira Copa do Brasil, com os seguintes atletas:

Rafael; Pará, Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Arouca, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Marcel), André (Marquinhos) e Robinho (Rodriguinho). Técnico: Dorival Júnior.

Historicamente, somando os títulos conquistados nas extintas Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa, mais as atuais disputas do campeonato brasileiro e da Copa do Brasil, o Santos coleciona nove títulos, tendo o maior número de troféus em nível nacional, igualando o Palmeiras. Se compararmos as fórmulas de disputa e equivalermos, em caráter comparativo, a antiga Taça Brasil com a Copa do Brasil, e o antigo Torneio Roberto Gomes Pedrosa com o campeonato brasileiro, poderíamos dizer que o Santos é, hoje, tricampeão brasileiro e hexacampeão da Copa do Brasil.

Títulos do Santos em nível nacional:

Taça Brasil: 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965.
Torneio Roberto Gomes Pedrosa: 1968.
Campeonato brasileiro: 2002 e 2004.
Copa do Brasil: 2010.

domingo, 11 de julho de 2010

Planeta "Fúria": Espanha campeã da Copa do Mundo FIFA 2010


União. Talento. Vitória. O ano de 2010 jamais sairá da memória do torcedor espanhol. Apontada por muitos como favorita ao título e, por outros, como equipe que novamente cairia de produção no momento decisivo da disputa, a seleção espanhola apresentou o futebol mais vistoso na África do Sul. Iker Casillas, a muralha que protegeu o gol da “Fúria” durante o campeonato mundial, ergueu aos céus a Copa do Mundo FIFA. Para o mundo inteiro ver!

Por Luciano Bonfoco Patussi
11 de julho de 2010

Foi uma conquista sem direito a qualquer “mas” ou “se”. A seleção espanhola, comandada por Vicente del Bosque, apresentou um grupo diferenciado das demais seleções durante o mundial. Mais do que talento individual preponderante, a Espanha foi campeã porque mostrou organização de equipe. Apresentou um verdadeiro time de futebol. Isso fez a diferença.

Quando falta talento em determinado elenco, ainda assim é possível montar uma equipe de futebol. Entretanto, se sobra talento, e aliado a isso o comandante da equipe consegue montar uma time coeso e compacto, a tendência é ocorrer o que todos viram na Copa do Mundo de 2010: Espanha campeã. Não foi com sobras. Mas foi suficiente. Foi com talento técnico e inteligência tática. Justo e merecido!

Desconfiada por muitos, acreditada por tantos outros, a “Fúria” venceu o campeonato mundial de forma indiscutível. Ao contrário da Holanda, que também merece os parabéns por ter alcançado sua melhor campanha desde 1978, a Espanha procurou sempre jogar mais futebol. Tinha qualidade de sobra para isso!

Diferentemente das Copas de 1994 até 2006, onde o campeão foi uma equipe mais pragmática e que contava com um ou dois talentos diferenciados tecnicamente, o mundial de 2010 pode significar uma mudança na tendência que vinha se instalando nas últimas disputas da mais cobiçada taça do planeta.

A seleção espanhola jogou, em 2010, um belo futebol. Foi uma equipe com posse de bola invejável. Muitas vezes, parecia que o time não tinha o objetivo do gol, pois a troca de passes da equipe durava incontáveis segundos. Minutos. Isso irritava os adversários. Os enervava. Esse domínio da “Jabulani” só foi possível porque havia muita qualidade individual, aliada a muita obediência tática.

Assim, a Espanha marcou poucos gols. Porém, todos os seus gols foram decisivos. Gols que minavam qualquer chance de reação dos seus adversários. Gols letais. Por outro lado, o sistema defensivo espanhol poucas vezes foi ultrapassado. Além disso, devido a sua técnica diferenciada, a Espanha cometeu poucas faltas durante o mundial. Mais um ponto positivo para a equipe de Vicente del Bosque.

Quando algum adversário conseguia passar pelo último defensor espanhol, Iker Casillas, o capitão da “Fúria”, procurou fazer seu trabalho da melhor forma possível. Puyol e Piqué, os zagueiros, estiveram em ótima forma. Ajudaram a garantir os resultados. Assim, este trio defensivo entrou para a história, juntamente com todo o elenco espanhol.

Foi desta forma que, faltando quatro minutos para o término da prorrogação, Fábregas, que entrou no segundo tempo, deu passe preciso para Iniesta. Foi uma assistência para a história. Livre, dentro da grande área, o craque do Barcelona recebeu a bola. Frio, carregando a esperança de uma nação inteira nas costas, o baixinho fulminou um tiro de perna direita.

Neste momento, o arqueiro holandês ainda tocou na bola. Era tarde. Na outra meta, Casillas derramava lágrimas. De emoção. Iniesta foi para o abraço. A rede balançava. A Espanha inteira agradecia. Estremecia a Península Ibérica. A Espanha é campeã mundial de futebol pela primeira vez!

A Holanda, vicecampeã mundial, foi ao gramado na final da Copa do Mundo com:

Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (depois Braafheid); Van Bommel, De Jong (depois Van der Vaart), Robben, Sneijder e Kuyt (depois Elia); Van Persie. Treinador: Bert Van Marwijk.

A “Fúria” foi campeã mundial formando sua equipe, na decisiva partida, com a seguinte escalação:

Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevilla; Busquets, Xabi Alonso (depois Fábregas), Xavi e Iniesta; Pedro (depois Navas) e Villa (depois Torres). Treinador: Vicente del Bosque.

A África do Sul está de parabéns pela organização e pelo belo espetáculo proporcionado através da Copa do Mundo de 2010. Também estão de parabéns todos os atletas, comissão técnica, dirigentes e torcedores espanhóis. Uma grande saudação esportiva para todos os leitores!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Final inédita: Holanda e Espanha decidem a Copa do Mundo FIFA 2010


Estamos há poucas horas da grande final da Copa do Mundo de 2010. Representando diferentes escolas de futebol, Espanha e Holanda se enfrentarão na decisão. Em disputa, um título inédito. O vencedor será lembrado, para sempre, como campeão mundial de futebol. Será a primeira vez na história que uma das seleções erguerá o cobiçado troféu da Copa do Mundo FIFA. O derrotado também será ovacionado, pois terá feito uma campanha memorável. Entretanto, sua tão sonhada volta olímpica ficará para uma próxima oportunidade. Será uma grande batalha. Um belo desfecho para o primeiro campeonato mundial de futebol realizado em solo africano.

Por Luciano Bonfoco Patussi
8 de julho de 2010

Quando estiverem em campo as seleções holandesa e espanhola, haverá, acima de tudo, um confronto de diferentes escolas de jogar futebol. Desta vez, porém, será um duelo de estilos um pouco às avessas, se compararmos a tradição histórica de cada time.

A Holanda, que encantou o mundo com o “futebol total” praticado na década de 1970, sempre que obteve destaque, contava com uma seleção de vários craques com renome mundial. A partir daquele momento, na maioria das oportunidades e sempre que obteve maior êxito, a seleção holandesa mostrou um futebol de toque refinado e de belos gols.

Em 2010, a seleção holandesa chega à decisão do campeonato mundial lutando por um inédito título em sua história. O time, contrariando sua história, conta com um futebol frio e calculista. Ao contrário do que alguns cronistas esportivos consideram – e respeito todas as opiniões – acredito que a Holanda tem uma boa equipe de futebol. Antes do início do mundial, considerava o time holandês, inclusive, um dos candidatos a surpreender e conquistar o título.

A Holanda tem uma seleção equilibrada. Se nem de perto lembra o futebol jogado por seus compatriotas nos anos 70 e durante boa parte dos anos 80 e 90, vale lembrar que a seleção holandesa está invicta há mais de 20 partidas. Isso é um ótimo retrospecto. Nesta Copa, até o momento, a Holanda venceu todas as seis partidas que disputou.

O comandante holandês, Bert van Marwijk, montou sua equipe de forma bastante compacta. O setor defensivo conta com jogadores sem um exagerado renome mundial, inclusive seu grande goleiro, Stekelenburg. São, individualmente, bons defensores, cada um com suas características. É um time que procura encurtar espaços e, rapidamente, despachar a bola para seu setor de meio-campo.

O setor de meio-campo da “Laranja Mecânica” possui muita força de marcação. Tudo isso visando facilitar o trabalho do sistema defensivo da equipe. Destaque para seu capitão, Giovanni van Bronckhorst, que costuma aparecer não somente pela lateral-esquerda, mas também pelo meio-campo, auxiliando os bons volantes Mark van Bommel e Nigel de Jong.

Na linha ofensiva, os jogadores Kuyt e, principalmente, Robben e Sneijder, introduzem a velocidade e a movimentação necessária para fazer a Holanda vencer seus adversários. Além deles, caracterizando um esquema 4-2-3-1 onde todos os atletas possuem tarefas defensivas, o centro-avante Van Persie é o jogador mais adiantado. Este, até o momento, não mostrou seu melhor futebol neste mundial, mas é um atacante estilo “matador”.

Do outro lado da disputa, vale lembrar que a Espanha já teve seleções com bons valores individuais durante toda a sua existência. Entretanto, a garra e a luta sempre foram sua principal marca, em detrimento a um futebol mais vistoso aos olhos do torcedor. Em 2010, Vicente del Bosque, o comandante espanhol, tem a seu favor, talvez, o maior número de jogadores tecnicamente diferenciados da história da seleção espanhola.

Particularmente, considerava a Espanha como favorita ao título mundial. O decorrer da competição, entretanto, fez com que eu vislumbrasse a equipe ibérica com chances de título, mas já sem ser considerada a principal favorita. Isso porque era uma equipe que mostrava certa limitação na hora de marcar os gols.

Entretanto, os resultados obtidos pela Espanha, aliados à refinada técnica do setor de meio-campo e de ataque da equipe, levaram os espanhóis até a fase final do mundial. Pelo futebol de ocupação de espaços e pelo fino toque de bola da equipe, o que foi visto principalmente contra o bom time da Alemanha, a classificação espanhola foi justa e merecida, sem direito a qualquer “mas” ou “se”.

A Espanha aposta em jogadores de grande qualidade individual. A técnica apurada da equipe está centrada em craques como Iniesta, Xavi, Xabi Alonso e Villa, e também no centroavante “matador” Fernando Torres, que não vive o seu melhor momento técnico, devido a estar voltando de lesão.

Além destes jogadores titulares, a equipe conta com os talentosos Cesc Fàbregas, David Silva, Pedro e Fernando Llorente, entre outros. Todos estão no elenco e aguardam oportunidades de entrar nos jogos e mostrar seu futebol. Isso tudo porque somente 11 jogadores podem entrar em campo. A quantidade de qualidade individual do time espanhol é, realmente, algo impressionante. Seu banco de reservas confirma a afirmação.

Se analisarmos que um time precisa ter a posse da bola para marcar gols, a tendência é de uma equipe, que fica mais tempo com a bola, conseguir marcar mais gols do que seus adversários. Logicamente, isso só é possível se o time tiver qualidade para manter o controle do jogo, mostrando bom passe e posicionamento. Por este motivo, a Espanha está na final.

Por outro lado, uma equipe que fica a maior parte da partida sem a posse da bola, tem maiores dificuldades em marcar gols. É por este motivo que a Espanha tomou poucos gols até o momento: apenas dois. Seus adversários ficam pouco tempo com a posse da bola. Tudo graças à qualidade de passe e de posicionamento da equipe espanhola.

Será um grande choque de diferentes estilos de jogar futebol. A Holanda lutará para diminuir os espaços do adversário, dificultando as rápidas infiltrações em sua defesa e evitando as conclusões a gol, por parte do time espanhol. Já a "Fúria Espanhola" tentará manter seu estilo, ficando a maior parte do tempo com a bola, buscando marcar gols e deixando seu sistema defensivo mais tranquilo no decorrer da partida, sem sofrer pressão pela movimentação do ataque holandês.

Esta é a fotografia do que deverá ocorrer durante o jogo. O resultado, porém, é uma total incógnita. Façam suas apostas. O mundo terá um novo campeão. Uma grande saudação esportiva para todos os leitores!

Como curiosidade, abaixo é possível visualizar alguns dados importantes da história das seleções da Holanda e da Espanha, em se falando de resultados obtidos:

HISTÓRICO DA SELEÇÃO HOLANDESA DE FUTEBOL

Títulos:
Campeã européia de seleções (Eurocopa): 1988.

Campanhas relevantes:
Vice-campeã mundial (Copa do Mundo): 1974 e 1978.
4ª colocada mundial (Copa do Mundo): 1998.
Medalha de bronze (Jogos Olímpicos): 1908, 1912 e 1920.
4ª colocada européia (Eurocopa): 1976, 1992 e 2000.

HISTÓRICO DA SELEÇÃO ESPANHOLA DE FUTEBOL

Títulos:
Campeã européia de seleções (Eurocopa): 1964 e 2008.
Medalha de ouro (Jogos Olímpicos): 1992.

Campanhas relevantes:
4ª colocada mundial (Copa do Mundo): 1950.
Medalha de prata (Jogos Olímpicos): 1920 e 2000.
Vice-campeã européia (Eurocopa): 1984.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esporte Clube Cruzeiro: o retorno de um pioneiro do futebol gaúcho


Fundado em 1913 e campeão gaúcho na temporada de 1929, o Esporte Clube Cruzeiro, de Porto Alegre, está de volta. Em 2010, após realizar grande campanha na série B estadual, o Leão da Montanha garantiu seu retorno à primeira divisão do campeonato gaúcho. O tradicional clube da capital do Rio Grande do Sul estava ausente do principal certame regional há 32 anos. A fiel torcida estrelada, sempre unida no ardor e na fé, não consegue esconder a euforia e o orgulho por este momento mágico vivido pelo glorioso Cruzeiro. O Cruzeiro tem muita história no futebol gaúcho. Aqui, você pode conferir um pouco mais dessa bela entidade esportiva gaúcha, clube que é recheado de pioneirismo, paixão e títulos.

Por Luciano Bonfoco Patussi
30 de junho de 2010

Enquanto Alex Goiano, jogador do Cruzeiro, marcava em cobrança de falta o terceiro gol do time de Porto Alegre na partida contra o Lajeadense, somente uma certeza tomava conta do pensamento da torcida cruzeirista: faltariam aproximadamente 10 minutos para o apito que decretaria o final da partida. Mais do que isso, a vitória por 3x0 sobre o Lajeadense, em Lajeado, daria mais um título para a galeria histórica do Cruzeiro. Acabaria um longo jejum.

O apito final, enfim, soou. A falta de títulos já faz parte do passado. A vitória deu ao time do Cruzeiro o título de campeão gaúcho da série B em 2010. Foi uma conquista que coroou a devolução, à primeira divisão gaúcha, de um dos clubes mais tradicionais do Rio Grande do Sul.

Mais do que destacar a campanha realizada em 2010, os jogadores campeões ou a vencedora comissão técnica, a ideia desta matéria é levar ao conhecimento dos leitores um breve resumo da história do Cruzeiro.

Fundado no dia 14 de julho de 1913, o Esporte Clube Cruzeiro é, em vários aspectos, um dos pioneiros do futebol gaúcho. Foi a primeira entidade esportiva gaúcha a implantar no clube o quadro de categorias de base, visando a formação de jovens atletas.

No futebol, o clube conquistou o campeonato citadino de Porto Alegre por três vezes: 1918,1921 e 1929. Ao conquistar o tricampeonato citadino, o clube obteve o direito de jogar a decisão estadual, troféu que durante muitos anos era disputado entre o campeão da capital e os campeões de diferentes regiões do interior do Rio Grande do Sul.

Desta forma, o Cruzeiro enfrentou, na disputa pelo título gaúcho: Juventude de Caxias do Sul, Guarany de Bagé, Riograndense de Santa Maria e Ferro Carril de Uruguaiana. Em 15 de outubro de 1929, no extinto estádio da Chácara das Camélias, em Porto Alegre, o Cruzeiro venceu o Guarany de Bagé. O placar de 1x0 deu ao Esporte Clube Cruzeiro o título de campeão gaúcho de futebol em 1929.

O elenco do Cruzeiro, campeão gaúcho em 1929, contava com a seguinte base de formação: Chico; Espir e Hugo; Totte, Emílio e Salatino; Ferreira, Torres, Nestor, Germano e Campão.

Com o crescimento da paixão do seu torcedor, um dos fatos mais marcantes da história cruzeirista foi a construção do estádio da Montanha, o maior da cidade de Porto Alegre até então. A inauguração foi em um amistoso contra o São Paulo. Isso aconteceu em 1941. O Cruzeiro derrotou o time paulista por 1x0, sob os olhos de mais de 20.000 torcedores presentes. O primeiro gol do estádio foi marcado por Gervásio.

Outra curiosidade interessante é que o Cruzeiro de Porto Alegre já esteve presente em uma Copa do Mundo. Não o time, mas a camisa estrelada. No confronto contra a Suíça, válido pela Copa do Mundo de 1950, o México entrou no gramado do estádio dos Eucaliptos fardado com a camisa cruzeirista. Fatos possíveis na época.

O crescimento do clube era visível. Além de ter um time forte, o Cruzeiro tinha a fama de sempre bater de frente e crescer nos confrontos contra Internacional e Grêmio. Contra o Inter, jogava o clássico Inter-Cruz. Contra o Grêmio, o Gre-Cruz. Sempre foram jogos equilibrados. Várias vezes, o Cruzeiro saiu vencedor.

Merece ainda destaque especial uma excursão, realizada na Europa, entre o final de 1953 e o início de 1954. Foi a primeira excursão realizada, pela Europa, por um clube do Rio Grande do Sul. Na ocasião, foram travados grandes embates contra fortes times da época.

Destaques para o empate em 0x0 contra o Real em Madrid e para os empates também em 0x0 contra o Torino e a Lazio, em Turim e Roma, respectivamente. Para finalizar a excursão, o Cruzeiro retornou à Espanha para, em Barcelona, derrotar o Espanyol duas vezes: por 4x2 e 2x0.

O saldo desta excursão foi de 15 jogos, com 7 vitórias, 4 empates e apenas 4 derrotas. Foram visitados os seguintes países: Espanha, França, Suíça, Itália, Turquia e Israel. O Cruzeiro deixou saudade no velho continente. Tanto que foi convidado para retornar.

Em 1960, o Cruzeiro marcou época na Europa novamente. Enfrentou equipes como Sevilla, Dínamo de Zagreb, além das seleções da Tchecoslováquia e da Bulgária, entre outros times. Desta vez, em 24 partidas, o Cruzeiro alcançou 11 vitórias, perdendo 7 jogos e empatando 6 vezes.

Durante esta excursão, o Cruzeiro conquistou o Torneio de Páscoa de Berlim, o primeiro título intercontinental de um clube gaúcho. Seguindo a trilha da realização de grandes jogos internacionais, o Cruzeiro jogou em 1961 o Torneio de Páscoa em Mar del Plata, na Argentina. Foi campeão.

Ao final da década de 1960, entretanto, o clube viveu uma fase complicada. Tudo culminou com a venda do estádio da Montanha. A última partida no local foi emocionante. O Cruzeiro venceu o Liverpool de Montevidéu por 3x2, no dia 8 de novembro de 1970. Vários torcedores deixaram o estádio derramando lágrimas. Era a última partida jogada no estádio da Montanha. Ainda em 1970, o Cruzeiro foi o campeão da primeira Copa Governador do Estado.

O novo estádio do Cruzeiro foi inaugurado em 1977. O estádio Estrelão, batizado assim em homenagem ao clube estrelado, foi sede da última grande aparição do time cruzeirista em nível estadual. Isso ocorreu quando o Cruzeiro participou da fase final do campeonato gaúcho de 1977. Classificou-se entre as dez equipes melhores colocadas do certame.

Em 1979, o Cruzeiro desativou seu departamento de futebol profissional, voltando a ativá-lo apenas em 1991. Foram tempos difíceis para os apaixonados cruzeiristas.

Além disso tudo, vale lembrar que o Cruzeiro é celeiro de craques. Teve jogadores com passagem no Cruzeiro que, inclusive, já vestiram a camisa da “seleção canarinho” do Brasil. Aníbal Candiota, Moderato Winsteiner (primeiro gaúcho a jogar uma Copa do Mundo em 1930), Picasso, Valdir de Morais, Aírton Ferreira da Silva, Ortunho e Batista são alguns exemplos, entre outros.

Outros grandes jogadores também já vestiram a camisa estrelada, tais como Mário Andrade, Jorge Andrade, Hermes, Pio, Vieira, Jarbas, Daison Pontes, João Pontes, Paraguaio, Chico Spina, Vergara, Paulo Santos, Pinga, Michel Bastos, Diguinho, Rafael Sóbis, entre tantos outros.

O Cruzeiro é o único clube gaúcho que já obteve os títulos de campeão estadual de futebol, futsal, vôlei e basquete. No ano de 2008, a equipe estrelada foi vice-campeã estadual da categoria júnior. Foi apenas um aviso. Uma amostra de que os tempos estavam mudando. Unidos no ardor e na fé, o torcedor cruzeirista sempre acreditou em uma histórica virada nos rumos do clube.

Em 2010, longe da primeira divisão gaúcha há mais de três décadas, o Cruzeiro venceu o Lajeadense, conquistando o campeonato gaúcho da série B e carimbando o passaporte para voltar a ocupar um lugar de destaque. Destaque no futebol, diga-se de passagem, pois o clube jamais deixou de ter bordado, ao lado esquerdo do peito dos seus apaixonados torcedores, o brilho de cinco estrelas brancas, estampadas em um belo e tradicional escudo azul.

O Esporte Clube Cruzeiro, campeão gaúcho da série B em 2010, mandou ao gramado a seguinte escalação, para conquistar a taça e marcar seu nome na história:

Fábio; Alex, Sandro, Tiago e Patrola; Nunes (depois Cláudio), Almir, Faísca e Alex Goiano; Diego Torres (depois Diego) e Jô; Treinador: Benhur Pereira.

Todos os atletas, comissão técnica, diretoria e torcedores do Esporte Clube Cruzeiro, de Porto Alegre, estão de parabéns por mais esta grande jornada!

Uma grande saudação esportiva à todos os leitores!



FONTES DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA:

http://www.cruzeiropoa.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Esporte_Clube_Cruzeiro_%28Rio_Grande_do_Sul%29

http://www.finalsports.com.br/03/blog_campelo/?p=561

http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Ga%C3%BAcho_de_Futebol_de_1977

http://www.copafutebolrs.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa do Mundo FIFA 2010: definidos os confrontos de oitavas de final


Atual campeã e vice-campeã mundial, Itália e França, respectivamente, voltaram para casa mais cedo. Ambas as seleções obtiveram resultados medíocres, sendo eliminadas logo na primeira fase da Copa do Mundo. Gana representará a África no restante do torneio. A América segue forte na disputa, com sete seleções classificadas entre os dezesseis melhores times, o que pode ser considerado um recorde do continente na história dos mundiais. A partir deste momento do torneio, somente quem vencer seguirá na disputa. Uma derrota eliminará o perdedor. Isso é promessa de uma sequência de grandes partidas. Pelo menos, esta é a expectativa do mundo do futebol e de todos os apaixonados por este esporte.

Por Luciano Bonfoco Patussi
25 de junho de 2010

Com o torneio afunilando e restando cada vez uma menor quantidade de seleções na disputa, já é possível destacar algumas gratas surpresas do mundial até o momento, tais como:

Uruguai – Após certa irregularidade nas eliminatórias, a "Celeste Olímpica" apresenta a chamada “cara de time”. Os comandados de Oscar Tabarez, treinador uruguaio, mostraram em campo que estão bem orientados. Cada jogador sabe sua função dentro do gramado. É possível discutir, em qualquer equipe, a qualidade de um ou outro jogador. O esquema tático pode ser alvo de críticas ou de elogios. Mas é inegável que o Uruguai, atualmente, é um time coeso, independentemente dos nomes em campo.

Forlán é um diferencial técnico do time. Cavani tem boa movimentação. Todos os atacantes auxiliam a parte tática da seleção. O Uruguai pode surpreender. É um time que, se chegar mais adiante, pode ser campeão. Isso seria uma grata surpresa diante do primeiro campeonato mundial disputado em solo africano.

Eslováquia – Os eslovacos foram responsáveis por eliminar a atual campeã mundial. Na partida em que mandaram os tetracampeões de volta para casa, os comandados de Vladimir Weiss venceram e convenceram. Jogaram muito futebol. Além de força de vontade, a equipe eslovaca apresentou muita organização tática e, até mesmo, maior técnica que o selecionado italiano.

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, a Eslováquia já havia surpreendido positivamente, ao ter deixado para trás seus rivais da República Tcheca. Ambos os países formavam, anos atrás, a extinta Tchecoslováquia, que alcançou dois vice-campeonatos mundiais, em 1934 e 1962, e um título europeu, em 1976. O povo eslovaco está em festa e sonha alto. Sua nova seleção vai criando, aos poucos, uma tradição própria e independente.

Portugal – A seleção portuguesa é a equipe que mais me surpreendeu positivamente na primeira fase do mundial. Criticada por muitos veículos de comunicação por sofrer com a procura de um novo líder ao estilo “Felipão”, dentro de campo a seleção comandada por Carlos Queiroz tem mostrado bastante inteligência tática. Queiroz tem montado sua estratégia de acordo com os adversários enfrentados e isso tem dado certo até o presente momento.

Na primeira fase, os lusitanos massacraram impiedosamente o time norte-coreano. Empataram em zero contra a Costa do Marfim e contra o Brasil. Se o time não brilhou tecnicamente nos dois jogos, contra os “Elefantes” africanos e contra os “Canarinhos” brasileiros, pelo menos mostrou bastante solidez defensiva. Por isso tudo, Portugal eliminou a Costa do Marfim. Cristiano Ronaldo e Simão, entre outros, podem fazer a diferença no setor ofensivo daqui para frente.

Além destas equipes, é impossível não mencionar a grande campanha realizada pelas seleções paraguaia e chilena. Os sul-americanos estão surpreendendo neste campeonato mundial. Comandados, respectivamente, pelos argentinos Bielsa e Martino, Chile e Paraguai tem atuado com bastante eficácia. Principalmente o Chile, que tem jogado um futebol bastante ofensivo.

Entretanto, creio que ainda faltam alguns detalhes para que estas equipes possam sonhar com um título mundial. Mas a boa campanha existe, está sendo vista por todos e pode melhorar ainda mais. Neste mesmo grupo, podemos enquadrar as seleções de México e Estados Unidos. A campanha do futebol da América no mundial da África é surpreendente, de forma positiva.

Se existiram surpresas positivas nesta primeira fase do mundial, houve também algumas seleções que ficaram para trás, decepcionando completamente suas respectivas torcidas.

França – O time francês sofreu uma queda anunciada. A seleção francesa saiu do país, rumo à África do Sul, sob enorme desconfiança. A classificação para o mundial foi obtida quando a França venceu a Irlanda, pelas eliminatórias, com um gol completamente irregular, mas que foi validado pelo árbitro da partida. O tempo passou e, na disputa em solo africano, a França marcou apenas um ponto, vivendo o estopim de uma crise que teve direito a exclusão de atleta do grupo em meio ao torneio, pedido de demissão do chefe da delegação, bate-boca do preparador físico com o capitão do time.

Tudo isso culminou com a arrogância do treinador Domenech, que se recusou a cumprimentar Carlos Alberto Parreira, o treinador que comandou a África do Sul na vitória dos anfitriões sobre os franceses. Vitória que mandou o time comandado por Domenech de volta para casa. Laurent Blanc, zagueiro francês na conquista do mundial de 1998, é o novo treinador dos "Les Bleus".

Itália – Tetracampeã mundial em 2006, a seleção italiana chegou à África do Sul também sob muita desconfiança. A eliminação na primeira fase teve apenas uma diferença em relação ao que ocorreu com a França: o time italiano mostrou muita vontade e orgulho em jogar uma Copa do Mundo. Entretanto, na prática, isso serviu apenas para tornar a eliminação menos dolorosa, já que o final da história foi parecido. A baixa qualidade técnica, aliada à falta de um padrão tático definido, foram as principais causas dos maus resultados em campo.

No mundial, a Itália somou apenas dois pontos, ficando na última posição de seu grupo. Deverá ocorrer uma reformulação geral na seleção italiana. Cesare Prandelli é o novo treinador de "La Squadra Azzurra", substituindo o tetracampeão mundial Lippi, que fracassou no comando da equipe na África do Sul.

Além dessas equipes, particularmente, eu tinha boa expectativa para ver o futebol das seleções da Sérvia e da Dinamarca. Estes times também decepcionaram, em minha particular opinião. Nas eliminatórias, tiveram boas atuações. O time da Sérvia, individualmente, possui jogadores com boa técnica. No caso dos sérvios, entretanto, não há o que justifique a derrota para a Austrália, na última rodada.

Uma equipe que almeja melhores resultados dentro de uma Copa do Mundo, com todo o respeito, não pode perder de uma equipe muito inferior tecnicamente. Não existe mais time amador, ainda mais dentro de uma Copa do Mundo. Mesmo com grande diferença técnica, quem “bobear”, acabará “dançando”. A Sérvia ensaiará a sua particular “dança do adeus” no avião de volta para Belgrado.

Já a Dinamarca foi eliminada, mas é importante ressaltar: o Japão, que eliminou os dinamarqueses, e também a Coreia do Sul, que eliminou a Nigéria e a Grécia, são seleções com muito conjunto. Acredito que o futebol asiático evoluiu muito, principalmente os dois países que, juntos, foram anfitriões da Copa do Mundo de 2002. Entretanto, falta ainda maior evolução e maior técnica. Um título mundial ainda é sonho distante. Mas no confronto dos dinamarqueses com os japoneses, o que foi visto em campo foi um baile, não só técnico, mas também tático. Tudo em favor dos orientais.

O desempenho africano foi abaixo da média neste mundial. Mas isso era algo esperado. A África do Sul contava com o apoio de toda sua população. Entretanto, ao cair no "grupo da morte", os anfitriões passaram a ser uma provável zebra. Zebra que, de fato, não se concretizou. A grande vontade dos "Bafana Bafana" contrastava com a nítida falta de qualidade técnica da maioria dos jogadores.

Camarões e Nigéria já não contam com uma geração de jogadores tão talentosa como em anos anteriores. O resultado obtido por estas seleções foi medíocre, entretanto, isso era algo esperado. O mesmo vale para a Argélia. Por outro lado, a decepção ficou por conta da Costa do Marfim. Na mesma chave de Brasil e Portugal, teve desempenho razoável, mas insuficiente para obter a clssificação.

Dos classificados para a segunda fase, somente Gana seguirá representando o continente que é sede do campeonato mundial. Gana é um time que tem força e boa técnica. Entretanto, falta ainda muito preparo no que diz respeito à obediência tática da equipe. O time pode ir longe, é bem verdade. Mas sonhar com título ainda é um pouco improvável. Algo que somente o futebol é capaz de proporcionar.

Em se falando de título, acredito que existem quatro equipes com reais condições de ser campeã:

O Brasil tem grande conjunto, com três atletas capazes de desequilibrar uma partida, tecnicamente falando – Kaká, Robinho e Nilmar estão entre eles. Além destes, Luis Fabiano e o próprio Elano são imprescindíveis à equipe brasileira. A defesa é compacta e tem no entrosamento de muitas atuações em conjunto o ponto forte da equipe. É neste conjunto que Dunga aposta para sair da África do Sul com a faixa do hexacampeonato no peito.

A Alemanha está focada em busca do tetra. O time alemão lembra muito, com suas particularidades, a seleção italiana campeã mundial em 2006. O meio-campista Mesut Özil é o diferencial técnico da equipe. Promessa de grande jogador. A defesa é forte. Klose é jogador de área, artilheiro e ótimo cabeceador. O meio-campo é compacto e procura sempre diminuir espaços, dificultando as ações adversárias.

A Holanda é um time muito parecido com a Alemanha. Possui uma boa defesa. Porém, há certa dificuldade nas investidas pelas laterais do campo. Entretanto, a compactação defensiva da Laranja Mecânica, aliada ao talento de jogadores como Sneijder e Robben, que contam ainda com o oportunismo do atacante Van Persie, pode levar a equipe ao sonho do título mundial. Sonho este adiado desde a década de 1970.

A Argentina possui grande qualidade técnica, sendo o elenco que conta com o maior potencial ofensivo individual da Copa do Mundo. Jogadores como Higuaín, Tévez, Agüero e Di Maria são diferenciados. Messi é craque e possui o título de melhor jogador da atualidade.

Há ainda Verón que, mesmo veterano, é um meio-campista de rara qualidade. Para conquistar o título, deverá haver a consciência do comandante Maradona, que precisará optar por uma formação que contenha os ataques de times adversários de forma mais efetiva. Para isso, alguns “craques” deverão ser “sacrificados” da equipe principal.

Se a organização tática e coletiva ficar em segundo plano, com a técnica, pura e simplesmente solta em campo, sendo privilegiada, será mais um mundial de lamentações do torcedor argentino. Entretanto, se Maradona ajustar o setor defensivo de sua equipe, formando um time compacto, a Argentina poderá sonhar concretamente com o tricampeonato mundial.

Com base nas atuações da primeira fase, passo a considerar Inglaterra e Espanha como times que podem ser campeões, sem dúvida. Mas não são as principais favoritas. Inicialmente, com base em jogos das eliminatórias e partidas amistosas, considerava ingleses e espanhóis amplos favoritos ao título. Entretanto, o tempo passou e alguns pontos fracos e determinantes foram comprovados, tais como:

A Espanha é um time muito parecido com a Argentina. Há jogadores de grande potencial técnico no elenco, tais como Fàbregas, Villa, Fernando Torres, Iniesta e outros mais. Entretanto, Vicente Del Bosque precisará contar com atuações impecáveis de zagueiros medianos para poder ser campeão. Ajustando isso, com o toque de bola que os espanhóis apresentam e a efetividade de seus atacantes, é possível sonhar.

Em caráter de opinião pessoal, reconheço que considerar a Espanha como ampla favorita ao título, antes de o mundial iniciar, foi um equívoco que cometi. Pode ser campeã. Mas antes de ser considerada ampla favorita, precisa provar um pouco mais dentro do contexto mundial do futebol. A Copa do Mundo de 2010 é uma oportunidade gigante para isso acontecer.

A Inglaterra, do vitorioso treinador Fabio Capello, passou com dificuldades pela primeira fase. Falta criatividade ao setor ofensivo da equipe, que se resume ao oportunismo do diferenciado Rooney. A ligação com o ataque é feita pelos ótimos meias Gerrard e Lampard. Entretanto, nenhum deles é um típico “camisa 10”. Em resumo, falta no selecionado inglês um jogador ao melhor estilo Messi, Kaká, Özil ou Sneijder. Isso dificulta o andamento do setor ofensivo da equipe e sua produção de jogadas.

As oitavas de final da competição marcam os seguintes confrontos:

Uruguai x Coreia do Sul
Estados Unidos x Gana
Holanda x Eslováquia
Brasil x Chile
Argentina x México
Alemanha x Inglaterra
Paraguai x Japão
Espanha x Portugal

O blog “Futebol Arte & Garra” elaborou um palpite de resultados e gostaria de saber sua opinião:

Uruguai x Coreia do Sul – Uruguai será o classificado.
Estados Unidos x Gana – Gana obterá a vaga.
Holanda x Eslováquia – Holanda alcançará a classificação.
Brasil x Chile – Brasil confirmará o favoritismo.
Argentina x México – Argentina se classificará.
Alemanha x Inglaterra – Alemanha deve vencer.
Paraguai x Japão – Difícil. A vitória será paraguaia.
Espanha x Portugal – Espanha conseguirá a vaga.

Chute longo – O palpite de hoje é que as semifinais reunirão:

Uruguai x Brasil
Alemanha x Espanha

Até a fase semifinal chegar, muita coisa pode acontecer. Isto é futebol. Essas incertezas é que tornam este esporte apaixonante. Deixe seu recado e seu palpite. Sua opinião é muito relevante!

Uma grande saudação esportiva a todos os leitores!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Opinião: Copa do Mundo FIFA 2010


Após um belo festival - com direito a vários espetáculos musicais – vai começar a disputa de mais uma Copa do Mundo de seleções da FIFA. O palco da magia do futebol, em 2010, será a África do Sul. Pela primeira vez na história o continente africano será anfitrião de um campeonato mundial de futebol. O mundo da bola está atento. Os corações batem mais forte. Façam suas apostas. O blog Futebol Arte & Garra deixa aqui seu palpite e gostaria de saber sua opinião.


Por Luciano Bonfoco Patussi
10 de junho de 2010

Nos últimos 16 anos, todas as seleções que venceram a Copa do Mundo mostraram, pelo menos, uma característica comum: todos foram times pragmáticos, que valorizavam sua defesa acima de qualquer outra coisa. Eis a velha máxima do futebol que diz que todo grande time começa tendo um grande goleiro e uma defesa sólida. Essa situação apresentada, onde equipes mais bem organizadas defensivamente – mas com certo talento ofensivo – acabam sendo campeãs, expõe uma tendência do futebol atual. Vamos aos fatos:

1994 – Brasil campeão: Taffarel, no gol, tinha a segurança de ter todo um grande sistema defensivo armado pelo técnico Carlos Alberto Parreira e liderado dentro de campo pelo capitão Dunga. Romário comandou a equipe ofensivamente. O baixinho era o melhor jogador do mundo. Com um futebol burocrático, mas competitivo ao extremo, o Brasil foi vencedor.

1998 – França campeã: Com Barthez no gol e jogadores como Thuram, Deschamps, Desailly e Blanc na retaguarda, “Os Azuis” tiveram uma defesa praticamente intransponível. Zidane, com talento e criatividade, tratou de organizar a equipe. O resto da história, o mundo inteiro sabe – e a torcida brasileira jamais esquecerá.

2002 – Brasil campeão: o grande “São Marcos” foi o goleiro da confiança de Felipão, que sempre buscou primeiramente organizar sua defesa, até pelos talentos individuais ofensivos que a equipe possuía. O treinador formou na seleção brasileira a chamada “Família Scolari”, onde absolutamente todos os jogadores – incluindo os craques Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo – tinham a obrigação de cumprir tarefas defensivas. O time encorpou, ganhou confiança e venceu todos os sete jogos do mundial.

2006 – Itália campeã: Marcello Lippi escalou a “Azzurra” com o melhor goleiro do mundo – Buffon. O capitão da seleção era o melhor zagueiro do mundo na época – Cannavaro. Além deles, Gattuso, De Rossi, Zambrotta, Camoranesi e outros importantes jogadores formaram um sistema defensivo difícil de ser ultrapassado. Na meia-cancha, Pirlo e Totti, principalmente, deram um toque talentoso ao time, que durante o mundial cresceu de produção e alcançou a glória máxima do futebol mundial.

Assim sendo, com a exposição desta tendência defensiva e vencedora, e em caráter de opinião pessoal, o colunista que vos escreve aponta as seleções de Espanha, Brasil e Inglaterra como as grandes favoritas ao título. A Espanha, do treinador Vicente Del Bosque, vai para o mundial com excelentes jogadores do meio de campo até o ataque. Na defesa, tem também bons jogadores e um bom goleiro. O time espanhol é o atual campeão europeu de seleções, o que tira dos jogadores um pouco da fama de que a seleção espanhola sempre fraqueja nos momentos decisivos. Os últimos resultados nas eliminatórias e em amistosos também são animadores.

O Brasil, por sua vez, vai ao mundial comandado por Dunga e com algumas contestações do povo brasileiro, no que se refere à convocação. Mas Dunga tem seus méritos. A classificação antecipada nas eliminatórias, as vitórias contra grandes seleções como Argentina e Itália, tudo isso aliado aos títulos da Copa América e da Copa das Confederações, dão respaldo ao trabalho do “Capitão do Tetra” à frente da seleção brasileira.

Outra favorita ao título, a Inglaterra vai para a África do Sul treinada por Fabio Capello – um dos melhores e mais vitoriosos treinadores do planeta – e possui grandes jogadores. Os ingleses sofreram com alguns desfalques importantes devido a lesões sofridas às vésperas da disputa, mas ainda assim possuem uma equipe de grande nível e com excelente organização tática.

Nunca podemos esquecer equipes como a Argentina, a Itália e a Alemanha. Estas três seleções possuem chances de título, mas correm por fora. Os comandados do “treinador” Diego Armando Maradona possuem grande técnica. Individualmente e ofensivamente, diria que a Argentina tem qualidade parecida com a seleção espanhola.

Entretanto, Maradona deixou fora do mundial importantes peças defensivas, como Javier Zanetti e Cambiasso – que são titularíssimos da Internazionale de Milão, atual campeã de clubes da Europa. A campanha medíocre nas eliminatórias, aliado ao excesso ofensivo do time, pode fazer Maradona e sua equipe, repleta de estrelas, sucumbir. Em contrapartida, o carisma do maior jogador argentino de todos os tempos pode ser um aliado psicológico e fazer seus comandados “suarem sangue” para fazer a Argentina novamente ser campeã mundial.

A Itália e a Alemanha dispensam comentários. Ambas as seleções saíram de seus países sob enorme desconfiança de parte da torcida e da imprensa. Sempre que foram campeãs do mundo, isso aconteceu. A Itália é a atual campeã mundial e a Alemanha foi terceira colocada na mesma disputa. Não é preciso dizer que, apesar de correrem por fora, sempre podem chegar a uma fase decisiva. Se os adversários deixarem ambas chegarem às semifinais – fato que é possível, tornam-se favoritas naturais ao título, contra quem for que venham a jogar.

Como candidatas à surpresa positiva do mundial, apontaria cinco equipes: Holanda, que pode até ser campeã, dependendo da confiança que equipe irá adquirir ao longo da disputa. A Holanda possui boa defesa e jogadores ofensivos que vivem grande momento técnico, como Sneijder e Robben. Isso pode ser decisivo para o crescimento da equipe; Dinamarca, que realizou grande campanha nas eliminatórias e tem um time bastante compacto; Sérvia e Costa do Marfim, que se passarem da primeira fase, pelos jogadores que possuem, podem crescer e ir longe no mundial; Suíça, que está em uma chave difícil, mas não me surpreenderia se, mais uma vez, conseguir se classificar e, até mesmo, ir mais longe. É difícil, mas é um time bastante coeso e pode surpreender.

Acredito ainda que França e Portugal serão as decepções do mundial, pelo seu histórico recente. Nos últimos anos, as duas seleções acima citadas têm chegado aos momentos decisivos das competições que disputaram. São times que possuem alguns jogadores do mais alto nível técnico do mundo, casos principalmente de Ribery e Cristiano Ronaldo. Entretanto, às vésperas do mundial, ambas as equipes, que possuem bons talentos individuais, ainda não conseguiram formar um confiável time de futebol. Entretanto, ainda há tempo para uma virada.

Fiquem todos à vontade para expor suas opiniões e suas críticas. Uma grande Copa do Mundo para todos os leitores. Saudações esportivas.

domingo, 9 de maio de 2010

Opinião: campeonato brasileiro 2010


É início de mais um campeonato brasileiro. O certame mais equilibrado do futebol mundial começa, em ano de Copa do Mundo, sem que uma equipe seja considerada, sem sombra de dúvidas, única favorita. Isso é um dos fatores que dá maior emoção ao campeonato.

Por Luciano Bonfoco Patussi
08 de Maio de 2010

Este grande número de equipes favoritas ao título, além da certeza de que o cenário inicial da cotação dos times e suas possibilidades irá mudar em boa parte da análise, se deve a vários fatores, e é uma tendência que todo ano isso ocorra com o futebol brasileiro, tais como: haverá novas negociações pelo menos até a metade do ano, o que irá enfraquecer alguns elencos e fortalecer outros; alguns times ainda atuam em competições paralelas, tais como Copa do Brasil e Copa Libertadores da América, o que faz com que, teoricamente, percam um pouco de sua força e foco neste início de campeonato; mais adiante, haverá a Copa Sul-Americana, o que poderá prejudicar alguns times devido a carga de jogos excessiva, mas por outro lado poderá auxiliar animicamente, caso a equipe encaminhe boa seqüência de atuações no torneio sul-americano e isso poderá influir positivamente no andamento da disputa nacional; haverão muitas trocas no comando técnico. Por nossa tradição de toda a culpa por uma fraca campanha cair nas costas do treinador e de sua comissão técnica, alguém duvida que cabeças irão rolar? Estes são apenas alguns fatores que podem mudar o cenário que temos formado, inicialmente, neste campeonato.

Assim sendo, descrevo abaixo, em caráter de opinião inicial, as equipes e seu atual patamar dentro da competição. Gostaria que, caso haja alguma discordância, opinem, deixando suas críticas e análises, visando o debate. Ao final da temporada, veremos quais times confirmaram a expectativa, quais não confirmaram, quais foram as surpresas positivas. Enfim, vamos a breve análise:

Favoritos ao título – Inicialmente, apontaria duas equipes favoritas ao título brasileiro. Pela atualidade vista e analisada em campo, estas equipes não deverão baixar do quinto lugar no campeonato nacional: Santos e Cruzeiro.

Candidatos a vaga na Copa Libertadores da América, com possibilidade de título – Este grupo é grande. Há muitas equipes que, tanto por sua recente tradição, quanto por seus elencos e por suas recentes atuações, irão lutar por vaga na Copa Libertadores e poderão, conforme o decorrer da disputa e a evolução técnica e tática do time, candidatar-se ao título de campeão brasileiro: Flamengo, São Paulo, Corinthians, Atlético Mineiro, Internacional e Grêmio. Destes times, quem se descuidar, deverá se contentar com uma vaga na Copa Sul-Americana, o que também não é nada ruim, se considerarmos que, a partir deste ano, o torneio dará ao seu campeão uma vaga na Copa Libertadores da América.

Deverão brigar por vaga na Copa Sul-Americana – Este grupo de equipes deverá estar jogando para alcançar, pelo menos, uma vaga na Copa Sul-Americana. Logicamente, o decorrer do torneio poderá colocar algum destes times tentando vaga na Copa Libertadores. Mas isso, inicialmente, é um tanto difícil: Botafogo, Fluminense, Vasco da Gama, Palmeiras, Vitória, Avaí, Atlético Goianiense e Grêmio Prudente. As equipes descritas neste grupo, mas que atravessarem algum momento de turbulência, correrão risco de queda para a segunda divisão.

Lutarão contra o rebaixamento – Contra a queda, infelizmente para algumas equipes, o melhor remédio é a qualificação técnica, aliada a alguns outros fatores menores, mas não menos importantes. Algumas equipes deverão provar que vieram ao campeonato para fazer bonito. Porém, escapar do rebaixamento e seguir lutando na primeira divisão nacional já terá sido um bom resultado, devido as atuais dificuldades técnicas que são visíveis: Atlético Paranaense, Goiás, Guarani e Ceará. Todos são times de muita tradição e de torcida forte. Deverão lutar muito contra as dificuldades.

Se você tem uma opinião igual, parecida ou se discorda totalmente do que foi acima exposto, escreva. Fico a inteira disposição para o debate. Uma grande saudação esportiva à todos os leitores e, para todos, o desejo de mais um inesquecível e emocionante campeonato brasileiro de futebol.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Terror do Nordeste: Santa Cruz avança na Copa do Brasil 2010

Santa Cruz elimina o Botafogo no Rio de Janeiro e mantém vivo o sonho de um feito inédito na história do clube. Delegação da equipe é saudada com uma empolgante festa de sua torcida no retorno à Recife.


Por Luciano Bonfoco Patussi
02 de Abril de 2010

Comandado pelo experiente Joel Santana, um dos treinadores mais vencedores da história do campeonato do Rio de Janeiro, o Botafogo vive uma fase de recuperação nesta primeira metade de 2010. No campeonato regional, o clube já garantiu sua vaga antecipadamente na decisão do certame. Entretanto, na Copa do Brasil, o “Fogão” foi eliminado em casa, de forma dramática. Se por um lado, um dos maiores clubes do Brasil viveu o drama de uma eliminação precoce, por outro, uma agremiação também gigante do nosso país tem a chance de aparecer no cenário nacional de forma positiva, assim como já aconteceu inúmeras vezes há anos. Estava procurando me interar sobre os fatos esportivos ocorridos na semana, lendo diversas publicações da imprensa de Porto Alegre. Foi então que, em uma das reportagens que li, deparei com uma foto do jogador botafoguense Fahel, deitado no gramado do Engenhão, parecendo não acreditar nos acontecimentos de minutos atrás. A manchete: “Tristeza não tem fim”. Realmente um drama para o Botafogo e, mais ainda, para sua apaixonada torcida. Por outro lado, a alegria volta a fazer os corações do Arruda baterem mais forte, com ares de “Querido do Povo” e “Terror do Nordeste”.

No Rio de Janeiro, o Santa Cruz, que vive o momento mais conturbado de sua história nos últimos anos, conseguiu uma grande façanha. Após perder em casa por 1x0, deu o troco no jogo de volta, vencendo o Botafogo por 3x2 nos minutos finais da partida, avançando para a fase de oitavas de final da Copa do Brasil de 2010. Um feito do tamanho da grandeza do Santa Cruz Futebol Clube. Agora, o time vai enfrentar o competente Atlético Goianiense, que eliminou outro gigante do Nordeste, o Bahia. Todos devem ter plena consciência que este fato ajuda muito no crescimento da auto-estima do torcedor “Coral”. Porém, muito ainda deve ser feito para ajudar o Santa Cruz, no longo prazo, a figurar em um lugar onde ocupou na maior parte de sua história: entre os gigantes do futebol brasileiro.

É cedo ainda para afirmar qual resultado o time pernambucano alcançará na Copa do Brasil deste ano. Os resultados, no futebol, dependem de muitos fatores, sendo que a margem de erro, diversas vezes, é alta. Dizer que a equipe será eliminada pelo Atlético Goianiense, da mesma forma que imaginar que fará história sendo o campeão nacional em uma final contra Grêmio ou Fluminense, é no momento pura especulação e deve ficar no imaginário do torcedor. O fato do momento é que o Santa Cruz está entre os dezesseis melhores times do torneio. Todos os participantes da competição sonham com oito jogos decisivos que levarão o vencedor ao título e a Copa Libertadores da América de 2011. É um grande momento do Santa Cruz, na sua luta particular para voltar a “estar gigante”. Coloco a expressão “estar gigante” porque, em minha visão, “ser” é diferente de “estar”. A grandeza de um clube, independentemente do momento vivido pelo seu time em campo, é medido pela força, pelo tamanho e pela paixão de seu torcedor. A massa torcedora é que faz um clube ter história ao longo do tempo e ser gigante. Neste quesito, o Santa Cruz, bem como seus maiores rivais de Recife, não perde para ninguém no futebol brasileiro.