sábado, 14 de julho de 2012

Defesa que ninguém passa: Palmeiras, campeão da Copa do Brasil 2012




Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de julho de 2012

Do túnel que possibilita acesso ao gramado, a esquadra alviverde surgiu. A entrada em campo foi imponente. Mesmo visitante, era possível sentir um pedaço do Palestra Itália presente. O “inferno verde” promovido pela torcida do Coritiba foi um dos mais belos espetáculos do torcedor brasileiro nos últimos dois ou três anos. A névoa esmeralda que pairava no ar dava o tom do novo campeão que a Copa do Brasil ostentaria dentro de pouco mais de noventa minutos, mesmo que ninguém soubesse se ele seria o bom time da casa, ou o seu bravo e destemido visitante.

Se a derradeira partida não foi de encher os olhos, tecnicamente falando, sobrou força, vontade e disciplina tática para ambos os times. O Palmeiras de 2012 fez história. Um verdadeiro confronto de gerações vinha à mente do torcedor palmeirense a cada bola dividida. Houve recordações desde os tempos do Palestra Itália, passando pela esquadra vitoriosa dos anos de 1960 e, posteriormente, da década de 1970; as dificuldades dos anos 80; a força e o talento dos times que fizeram a torcida comemorar muitos títulos na já passada década de 1990.

O time de 2012 do Palmeiras tinha uma missão: fazer o torcedor alviverde voltar a sorrir devido a uma importante conquista. Não importava a forma como ela seria obtida. Conquistada a Copa do Brasil, agora o que resta saber é se este triunfo esportivo será apenas uma estrela brilhante e isolada em um tempo de dificuldades que prosseguirá; ou se representará um marco para o início de mais uma época gloriosa e de conquistas na história do clube, que é o mais vitorioso do Brasil, em se falando de títulos nacionais.

A missão do time do Palmeiras de 2012 foi cumprida. Mesmo contra muitos prognósticos, o time de “Felipão”, bem organizado coletivamente e de forma invicta, passou por inúmeras dificuldades, sabendo levar de vencida, mostrando que poderia ser campeão, como de fato foi! Após empatar em um gol contra o bem armado time do Coritiba, na noite de 11 de julho de 2012, o Palmeiras deu a volta olímpica na capital paranaense, levando a taça para a sua vistosa sala de troféus.

Devido a esta conquista, em 2013 o “Verdão” voltará a conviver entre os gigantes da América, na luta pela Copa Libertadores, torneio que já venceu em 1999, entre outras boas campanhas realizadas na competição.

Os jogadores, funcionários, dirigentes e a comissão técnica da Sociedade Esportiva Palmeiras estão de parabéns. Gostaria ainda de enviar uma especial saudação para toda a nação “palestrina”. Atrás do gol do Couto Pereira, naquela mágica e inesquecível noite de quarta feira, a torcida voltou a cantar e a vibrar, em forma de alma, desabafo, lágrimas, sorrisos e emoção.

Palmeiras, bicampeão da Copa do Brasil (1998 e 2012).

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Detalhes de uma rica história


Por Luciano Bonfoco Patussi
05 de julho de 2012

Uma histórica jornada fez com que uma nação de apaixonados torcedores acordasse para a realização de um sonho. As noites em claro, sonhando com a próxima batalha, tiveram final feliz no dia 4 de julho de 2012. Houve um instante em que soou um apito. Parecia distante. A tensão foi geral. Gaviões despertaram, aos milhões, e mal sabiam onde estavam. Sobrevoavam um ambiente diferente, estranho, um tanto atordoados e embriagados de felicidade e emoção. Imensidão. O branco da névoa provocada por rojões contrastava com a escuridão da meia noite que se aproximava. Aos poucos, aquele bando percebeu o que acontecia: a nação transbordava orgulho e vislumbrava o horizonte. O Aconcágua era pequeno para tanta paixão. Sócrates e Cia Ltda estavam lá. Todos juntos!

Se houve alguma agremiação que mereceu, mais do que as outras, a vitória na Copa Libertadores de 2012, essa equipe foi a do Corinthians. Os números da campanha invicta, a forma compacta de o time jogar, a mobilização de elenco, direção e torcida, tudo isso comprova a legitimidade do título do Corinthians. Aos poucos, diretorias recentes buscaram um novo ciclo na história da gestão do clube. Fortalecimento do marketing, que tem potencial praticamente imensurável, coesão da equipe dentro de campo e continuidade de trabalho. Com essa receita, a "família" comandada por Tite saiu de uma eliminação precoce em uma pré Libertadores, obteve um justíssimo título brasileiro e, após isso, houve a consagração de tudo, com o título da Copa Libertadores desta temporada.

Mas se você pensa que o trabalho para se chegar até esse momento começou em 2011, está completamente enganado. Começou antes. Bem antes. Para os alvinegros, essa mobilização começou há mais de 100 anos, em 1910! Para eles, bastavam onze guerreiros em campo, vestidos de preto e branco, representando cada "Gavião" com alma, chuteira e coração. Brasileiro 1990, Libertadores 2012, Mundial de Clubes 2000 e Paulistão 1977. Dentro de uma rica história, tudo isso vira mero detalhe!

A atual diretoria do Corinthians, os funcionários do clube, a comissão técnica, os atletas e todos os seus torcedores estão de parabéns. Essa será uma noite para a eternidade. Mesmo que nos próximos anos o time de Parque São Jorge consiga mais inúmeras vitórias na Libertadores, os apaixonados torcedores que viveram o dia 4 de julho de 2012 terão para sempre essa lembrança! Só que, com o passar dos anos, as cores se dissiparão. E na memória, as recordações virão em preto e branco. Nada mal, pois para eles, essas são as tonalidades que pulsam juntas, ao lado esquerdo do peito, há mais de um século!

Fica aqui registrada uma singela e justa homenagem ao mais novo campeão da América!

Sport Club Corinthians Paulista, campeão da Copa Libertadores da América de 2012!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Fúria" tricampeã: Espanha manda no futebol europeu


Por Luciano Bonfoco Patussi
02 de julho de 2012

O domingo tinha tudo para ser uma tarde de bom futebol, de ambos os lados. De vermelho, a Espanha, atual campeã da Europa e ostentando o título de campeã mundial. Um time com estilo de jogo muito bem definido ao longo dos últimos anos: uma equipe que ostenta a posse de bola de forma majestosa, cansando seus adversários e, com qualidade, detonando seus rivais no instante certo. Sem dó. É uma forma de jogar que tem sido vitoriosa e que ninguém tem conseguido derrotar. Admirem, ou não.

De outro lado, de azul, a Itália. Uma seleção que pode ser traduzida em uma única palavra: tradição. Mas poderia ser também paixão. Emoção. Campeão. Não o foi dessa vez, mas chegou novamente até o instante da derradeira decisão, contrariando muitos prognósticos. Se é um fato que jamais podemos considerar a Itália uma "zebra", também sabemos que haviam pelo menos três equipes mais "bem faladas" do que ela, atualmente. Pois a "Azzurra" cresceu na competição, fez uma boa partida contra a Inglaterra nas quartas de final, onde venceu apenas nos pênaltis, disputou uma memorável jornada contra a Alemanha nas semifinais, despachando seu tradicional rival, e se deparou com a Espanha na grande final.

Por mais que a Itália tivesse chance de vencer, e eu era um dos que acreditavam que isso era possível, todos sabemos do potencial atual do time espanhol, equipe que com qualidade toca a bola, não deixando seu adversário lhe dominar, com passes exatos e movimentações perfeitas, se tornando letal quando postada à frente, agredindo seus rivais de forma cirúrgica e precisa, os deixando sem qualquer reação.

E assim foi a final da Euro 2012: uma brava Itália encarou o time espanhol, mas não conseguiu fazer frente. A Espanha abriu logo dois a zero no primeiro tempo, sendo essa vantagem excelente a favor dos espanhóis, que iniciariam a segunda etapa de forma mais tranquila. Mal teve início o segundo tempo e o time italiano, que já havia feito as três substituições permitidas, perdeu Tiago Motta, que recém havia entrado na equipe. Lesionado, o brasileiro naturalizado italiano teve que sair do gramado. Foi um grande azar, que dizimou qualquer chance mínima que a Itália teria de diminuir o placar e tentar empatar a partida.

A partir disso, "La Roja" tocou. Passou. Passeou. Fez três. Quatro gols. E poderia ter feito mais. Fez isso acontecer contra dez bravos adversários italianos. Mas já havia feito contra onze, no primeiro tempo. E poderia ter feito contra doze, por mais que duvidem. A qualidade que o time da Espanha mostra é decorrente de um estilo de jogo que, para os ibéricos, deu certo. Estilo que os tornou vencedores e multicampeões. Antes, muitos falavam que a Espanha "amarelava". Agora, gostem ou não de seu estilo, é preciso reconhecer: a Espanha se tornou, com tática, disciplina, continuidade e muita qualidade técnica, uma máquina de erguer taças.

Espanha, tricampeã da Eurocopa: 1964, 2008 e 2012.

Mais sobre a grande decisão você pode conferir em: http://pt.uefa.com/uefaeuro/season=2012/matches/round=15175/match=2003351/postmatch/index.html