quinta-feira, 28 de julho de 2011

Soberano: Uruguai vai à Argentina e se torna 15 vezes campeão da América!


Após 16 anos sem erguer uma taça, a geração comandada pelos “Diegos” Forlán e Lugano proporcionou ao povo uruguaio uma alegria do tamanho do continente, conquistando o 15º troféu do Uruguai na Copa América. De quebra, o país se tornou isoladamente o maior vencedor desta competição. A “Celeste”, primeira seleção campeã mundial e pioneira no futebol continental, está de volta! Forte e revitalizada, como manda sua história e sua tradição, a hora é de comemorar e gritar: “Uruguay es el campeón de América!”.

Por Luciano Bonfoco Patussi
28 de julho de 2011

Há pelo menos duas temporadas, o futebol “charrua” já dava sinais de que tinha condições de voltar a sonhar. Havia escassez de títulos e ídolos há muito tempo. Os gigantes Peñarol e Nacional, bem como a “Celeste” e a sua força, haviam ficado distantes na memória do torcedor. Em 2009, o Nacional voltou a disputar uma semifinal de Libertadores. Em 2010, o Peñarol venceu o campeonato uruguaio, após 7 anos sem conquistas. Além disso, a seleção uruguaia encantou o mundo com sua força e organização, terminando a Copa do Mundo em 4º lugar. Campanha marcada por um time bravo e competente. A temporada 2011 marcou o vice campeonato mundial Sub-17 do Uruguai, bem como a segunda colocação do Peñarol na Copa Libertadores. Para fechar com “chave de ouro” esta nova fase, a base da seleção uruguaia, 4ª colocada no mundial do ano passado, venceu a Copa América no domingo que passou.

A 15ª conquista uruguaia foi regada a muita organização. Em minha particular opinião, o Uruguai era o principal favorito ao título. A base era a mesma do mundial. Além disso, o Brasil, bem como a anfitriã Argentina, ainda estão em busca da formação de uma equipe. Existem ótimas individualidades, mas ainda não há equipe formada. Tanto a Argentina quanto o Brasil poderiam, ao natural, se tornarem candidatas ao título continental, com o decorrer dos jogos e o embalo da campanha. Não conseguiram! Por estes motivos, a conquista uruguaia foi justa e merecida. Na decisão do título, o Paraguai bem que tentou parar a organização e a força coletiva uruguaia. Porém, além de time coeso, o Uruguai possui individualidades preciosas, tais como Muslera, Lugano, Forlán e Suárez, entre outros.

Foi possível ver o Centenário tremular já na saída de Nuñez, na capital Argentina! Após isso, bastou atravessar o Rio da Prata e desembarcar em Montevidéu, onde as ruas estavam tomadas de uruguaios sedentos por títulos. No quarto de um morador da periferia, décadas de vida, havia uma flâmula, desgastada, mas intacta. Dizia ela: “Uruguay 1950”. Deitado em seu leito e radinho ao ouvido, lágrimas corriam. Era o Rio da Prata tomando forma em seu rosto vivido e campeão. Seus netos, fora do país, relembram histórias. No momento da vitória, não conseguiram se falar, mas vibraram juntos em pensamento. Vestiram azul e branco juntos. Vislumbram o horizonte, juntos!

Nele, o sol brilha novamente, radiante e esplendoroso! Paixão recolhida é sinônimo de emoção! A bandeira celeste cobre o topo da América, é dela a sua veste! Foi um verdadeiro teste de adrenalina. O Uruguai segue a sua sina, escrita desde antes de 1930! Parabéns à todo o povo uruguaio e à todos os admiradores do bom futebol. Jogo objetivo e com qualidade é muito gratificante de se ver. Por isso, o Uruguai foi o campeão da América em 2011!

Soberano, o Uruguai se tornou nesta temporada o maior vencedor de Copa América, tendo sido campeão nos anos de 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995 e 2011.

LISTA DOS CAMPEÕES DA COPA AMÉRICA:

Uruguai - 15 títulos
Argentina - 14 títulos
Brasil - 8 títulos
Paraguai - 2 títulos
Peru - 2 títulos
Colômbia - 1 título
Bolívia - 1 título

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Libertadores 2011: com técnica e disciplina, Santos tricampeão!


Na reedição da final da Copa Libertadores da América de 1962, o Santos derrotou o Peñarol. De novo! Em 2011, o time comandado por Muricy Ramalho na casamata e por Ganso, Elano, Neymar e Cia Ltda dentro do gramado, levou a melhor sobre a equipe uruguaia, foi superior a maior parte do tempo dos dois confrontos decisivos e, de quebra, conquistou seu terceiro título na competição, após 48 anos do bicampeonato de 1963.

Por Luciano Bonfoco Patussi
23 de junho de 2011

O sonho do tricampeonato da Libertadores virou realidade! Sob a bênção do Rei Pelé, o “Meninos da Vila Belmiro” fizeram do Pacaembu a sua casa, venceram o Peñarol por 2 a 1 e ergueram na direção do céu a Copa Libertadores da América de 2011. Na primeira etapa do confronto derradeiro, o Santos buscou o ataque de forma intensa, mas esbarrou, ora no bom sistema defensivo uruguaio, ora em equívocos no momento da conclusão das jogadas. O placar de 0 a 0, o mesmo da primeira partida, perdurou até o início da segunda etapa.

O segundo tempo mal teve início e a torcida do Santos delirou. O gol que abriu portas para o tri não poderia ter sido mais simbólico do que foi. Representou o que o Santos tem dado de melhor ao futebol brasileiro há pelo menos duas temporadas. Arouca, que é um ótimo volante, deu início a uma arrancada fulminante, que deixou marcadores desesperados para trás, largando a bola para Paulo Henrique. Ganso, que joga fácil e tecnicamente é muito diferenciado, deu apenas um toque na bola. Preciso e de calcanhar, deixou Arouca com o caminho a sua frente facilitado. Ele correu mais ainda, desvencilhou mais marcadores e levou a bola até os pés de Neymar. O jovem atacante da seleção brasileira, promissor e que já é uma peça rara no futebol atual, deu o tiro certeiro que fez explodir o Pacaembu. Santos 1 a 0.

Com o placar favorável, o Santos teve suas ações praticadas de forma mais natural. Com técnica e disciplina, tal qual descreve o seu belo hino desde 1957, o time da muralha Rafael e das dez camisas brancas perfiladas deu o golpe de misericórdia em bela jogada de Danilo, pela direita. O volante, que jogou improvisado na lateral, foi impecável na decisão da Libertadores. Com o placar de 1 a 0 a favor, Danilo se desprendeu. Foi para cima de seu marcador pela ponta direita. Arrastou junto milhões de apaixonados e sonhadores torcedores. Eles gritavam: “vai!” Apavorado, seu marcador dançou e caiu. Despencou. Danilo atendeu o pedido e foi. De perna esquerda, colocou a bola no canto inverso, no lado direito do goleiro Sosa. Danilo correu em direção ao torcedor. A torcida vibrou em lágrimas e emoção. O placar de 2 a 0 sacramentava a conquista que se aproximava.

Faltavam pouco mais de 10 minutos para o final da partida quando o Peñarol alcançou o seu gol. Mais na emoção do que na organização, o time uruguaio procurou fazer o máximo que podia e contou com uma infelicidade do zagueiro Durval para marcar o seu tento. O gol foi a pilha de dramaticidade que eletrificou as emoções de toda a torcida santista até o final do jogo. Foi a força que o Peñarol necessitava para ainda lutar pelo hexa. O Peñarol tentou de todas as formas, mas não conseguiu alcançar o empate. O Santos não deixou isso ocorrer.

A imensidão da noite fria no topo do Aconcágua colocava o preto da imensa escuridão contrastando com o gélido branco da neve que cobre a montanha. Nela, uma bandeira. Em seu mastro, uma história. Um passado e um presente só de glórias cobriam o continente de preto e branco mais uma vez.

O Peñarol foi vicecampeão atuando com:

Sosa; González (Albín), Valdéz, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Corujo, Aguiar, Freitas e Mier (Urretaviscaya); Martinuccio e Olivera. Técnico: Diego Aguirre.

O Santos venceu a Libertadores escalado com os seguintes atletas:

Rafael; Danilo, Edu Dracena (Capitão), Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará); Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho.

Os atletas, a comissão técnica, os funcionários, os dirigentes e os torcedores do Santos Futebol Clube estão de parabéns! Santos, tricampeão da Copa Libertadores da América: 1962, 1963 e 2011!

domingo, 12 de junho de 2011

Agradecimento: Grêmio Esportivo Sapucaiense


Por Luciano Bonfoco Patussi
12 de junho de 2011

No período entre agosto de 2010 e maio de 2011, vivenciei uma importante e gratificante experiência dentro do futebol. Por intermédio e a convite do Dr. Pablo Camboim, advogado do Grêmio Esportivo Sapucaiense, fui um dos assessores de marketing do clube. Neste período, buscamos em conjunto detectar alguns pontos onde a entidade necessita evoluir, buscando maior integração com a comunidade local e maior competitividade dentro de campo.

Na prática, auxiliamos na obtenção de recursos financeiros para o time Sub-17 disputar o campeonato estadual da categoria juvenil, em 2010. Também no ano que passou, acompanhamos de perto a realização de uma grande campanha do time profissional na Copa RS, onde o Sapucaiense foi um dos semifinalistas. Em 2011, estivemos ao lado do time na disputa da “Segundona Gaúcha”, onde o Sapucaiense teve um belo início e, mesmo contando com uma folha salarial relativamente baixa, montou um elenco competitivo, fez uma campanha razoável e obteve o direito de seguir nesta competição no ano de 2012.

Entretanto, o ponto principal desta experiência ocorreu fora das quatro linhas. Foi dado o “pontapé inicial” na busca pela profissionalização, objetivo do clube no longo prazo: em conjunto, elaboramos o projeto de estruturação física e organizacional do Sapucaiense. Tenho convicção de que no dia a dia este projeto será aperfeiçoado e adaptado de acordo com as particularidades que surgirem, fazendo com que os objetivos da agremiação sejam alcançados dentro de alguns anos.

Particularmente, só tenho a agradecer ao Grêmio Esportivo Sapucaiense por estes dez meses de convivência. Deixo registrado meu agradecimento especial ao colega Pablo Camboim pela oportunidade, ao presidente Ibanor Catto por ouvir nossas ideias de forma aberta e por buscar melhorias dentro do clube, e a todos os demais integrantes da agremiação: a secretária Patrícia, os conselheiros e demais dirigentes, os parceiros, os atletas, a comissão técnica e, principalmente, o torcedor do clube, pois é muito gratificante ver famílias indo ao estádio, com chuva, sol ou nas tardes de meio de semana, pelo puro e simples prazer de acompanhar de perto o time da sua cidade.

Neste momento, necessitei dar seguimento aos meus objetivos e estou encarando um novo desafio profissional, este fora da área esportiva. Espero ter deixado as portas do clube abertas. Aprendi muito com esta experiência, muito mais tenho a aprender nesta área e, por isso, só tenho a agradecer. É muito gratificante e prazeroso trabalhar no meio esportivo e o Sapucaiense me proporcionou esta vivência. Muito obrigado pela oportunidade!

sábado, 21 de maio de 2011

Pontapé inicial: campeonato brasileiro 2011

O campeonato brasileiro inicia neste sábado e será disputado até dezembro. Muita emoção vai tomar conta de todo o país. A partir de agora, a festa será toda com os torcedores nas arquibancadas. A disputa, em campo, será de responsabilidade dos atletas. A expectativa é enorme. Preparem seus corações. O pontapé inicial é hoje.

Por Luciano Bonfoco Patussi
21 de maio de 2011

A edição de 2011 do campeonato brasileiro será outra oportunidade para vermos grandes partidas, bem como mais uma chance para ficarmos atentos ao surgimento de novos craques. O Fluminense, que é o atual campeão, manteve no elenco jogadores com potencial diferenciado, tais como Conca e Fred. Se conseguir regularidade de atuações, poderá sonhar com mais um caneco. Junto ao Flu, o Santos e o Cruzeiro aparecem com boas equipes, tendo regularidade, elencos fortes e contando com perspectivas enormes de chegar ao título. Antes de a bola rolar, estes três times são, em minha opinião, os principais favoritos a obter a taça de campeão brasileiro de 2011 ou, pelo menos, conseguir uma das vagas para a Copa Libertadores da América do próximo ano.

Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Internacional, Grêmio e Atlético Mineiro se apresentam, neste instante, como grandes clubes do país, mas ainda sem ter um norte definido. Podem e necessitam se reforçar, encontrar padrão de jogo e buscar regularidade, até mesmo porque muitas situações vão mudar no decorrer do certame: jogadores serão negociados entre as agremiações ou rumo ao exterior, treinadores mudarão de equipe e outros atletas chegarão para reforçar os elencos. É lógico que é possível sonhar com o título, mas em um primeiro momento de avaliações, uma vaga na Copa Libertadores da América já seria de grande valia para estas equipes. Por outro lado, menos do que uma vaga na Copa Sul-Americana seria decepcionante.

Como prováveis surpresas positivas, apontaria os times do Coritiba, que vem sendo a grande sensação do futebol brasileiro até a metade desta temporada, bem como o Ceará, que tem uma boa equipe e que conta com jogadores muito experientes. Estes dois times podem ter, dependendo das circunstâncias, uma boa arrancada no início do torneio, mas precisam se reforçar para ter reais condições de manter a regularidade e sonhar mais alto até o final da temporada.

O Botafogo e o Vasco da Gama são grandes clubes dentro do esporte nacional, possuem enorme tradição e apaixonados torcedores espalhados pelo país, mas precisarão encontrar o seu ponto de equilíbrio, além de buscar no mercado alguns reforços diferenciados, visando disputar posições no alto da tabela. Caso contrário, a tendência será brigar na metade de baixo: ou por vaga na Copa Sul Americana, ou contra o rebaixamento. Vivenciam situação parecida, neste momento, clubes como Avaí, Figueirense, Atlético Goianiense e Atlético Paranaense.

As agremiações que necessitarão de reforços de boa qualidade, além de razoável quantidade, são: o popular e tradicional Bahia, além do bem estruturado América de Belo Horizonte. Estes times, inicialmente, deverão lutar contra o rebaixamento. Uma boa arrancada no campeonato seria crucial para alcançar este objetivo. Obter uma vaga na Copa Sul Americana já seria uma campanha digna de aplausos. Isso é possível. O decorrer do campeonato e as variáveis que irão alterar os elencos e toda a realidade do certame é que nos darão as esperadas respostas.

A bola vai rolar. Vai começar o mais equilibrado campeonato nacional do futebol mundial. A partir deste momento, prognósticos ficam no papel, opiniões não mais terão tanta importância e o que vai decidir, de fato, serão os atletas dentro das quatro linhas. Tudo pelos três pontos, pela regularidade, pela emoção e por mais um título.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

São Luiz de Ijuí: um caso de investimento na força da comunidade e nos jovens atletas


O time Sub-15 do São Luiz, do Rio Grande do Sul, representa o Brasil em um tradicional torneio da categoria, em território francês. O clube de Ijuí, município do interior gaúcho, aposta na base e oportuniza aos jovens da região uma chance ímpar de entrar no mundo esportivo, aprendendo a conviver como cidadãos e tendo uma experiência inesquecível. Vivência esta que vale para toda a vida. Este trabalho realizado pelo São Luiz serve de exemplo e pode ser reproduzido por outros clubes do Brasil, visando a inclusão social, o aprendizado e a prática esportiva saudável, além de oportunizar aos envolvidos a chance de se tornar profissional do futebol.

Por Luciano Bonfoco Patussi
27 de abril de 2011

Podemos considerar o Brasil como sendo um país produtor de futebol. Este esporte é praticado com fervor, seja através das categorias de base dos grandes clubes ou das agremiações menores, através de escolinhas independentes de qualquer clube esportivo profissional, ou ainda nos campos de várzea e nas instituições educacionais. De fato, o futebol é um esporte que, além de alimentar o sonho de muitos jovens que desejam atuar profissionalmente pelo Brasil afora, serve para auxiliar na formação dos futuros cidadãos do país. Isso quando é tratado de forma correta e coerente pelas entidades que promovem o esporte.

Sabendo que os clubes mais populares do país não possuem uma confortável situação econômica e financeira, embora estejam cada vez mais buscando profissionalizar sua gestão, podemos a partir daí ter noção das dificuldades encontradas pelos clubes sediados em comunidades menores e que estão espalhados por todo o território nacional. Neste quesito, vale destacar o trabalho que está sendo realizado pelo Esporte Clube São Luiz, do município de Ijuí, distante há pouco mais de 400 quilômetros de Porto Alegre. Profissionalmente, a agremiação de Ijuí faz parte da principal divisão do futebol gaúcho, tendo finalizado o campeonato estadual de 2011 com uma participação apenas modesta, posicionado na 12ª colocação.

Entretanto, este ano é um marco para o clube e para a comunidade local. O time Sub-15 do São Luiz representa o Brasil na 34ª edição do campeonato mundial de La Saint Pierre, em Nantes, importante cidade francesa. Na primeira partida, vitória por 3 a 0 contra o time local do La Roche. Mais do que a vitória no jogo inaugural, a excursão para a França tem valor imensurável. Os garotos do São Luiz recebem, com o apoio do clube e dos seus parceiros, uma oportunidade ímpar de integração, tendo a chance de conhecer outro país, uma cultura diferenciada e, desta forma, levar essa vivência pelo resto da vida, independentemente de seguir, ou não, a carreira de futebolista profissional.

O Esporte Clube São Luiz e a comunidade da região de Ijuí estão de parabéns pela realização deste trabalho e pelo apoio prestado aos jovens, meninos estes que sonham ter uma oportunidade de crescer na vida. O futebol, mais do que um esporte e um negócio, pode servir também como apoio social e educacional. Basta ter criatividade e investimento em pessoal qualificado e em boas ideias. Por esta atitude, o São Luiz deve servir de exemplo para outras agremiações do país. Mesmo com as dificuldades que até mesmo os grandes clubes do Brasil atravessam, o São Luiz faz um trabalho de base, acredita na gurizada e oportuniza aos jovens envolvidos no projeto uma vivência inesquecível, representando o país em um tradicional torneio internacional que já conta com quase 40 edições.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Legados do campeonato sul-americano Sub-20


Há alguns dias, uma matéria do blog Futebol Arte & Garra destacou os resultados positivos obtidos pelo futebol equatoriano na última década, com todas as conquistas sendo resultantes de um grande trabalho de estruturação das categorias de base no país, com incentivo para os jovens praticarem o esporte. Passados alguns dias, a seleção equatoriana da categoria Sub-20 realizou uma campanha muito boa no campeonato sul-americano disputado no Peru, surpreendendo novamente o continente e se classificando na quarta posição do torneio, o que garantiu ao país uma vaga no mundial Sub-20, que será disputado na Colômbia. No mundial, também representarão o continente sul-americano: a Colômbia, como país sede; o Brasil, campeão sul-americano; a Argentina; e, por fim, o Uruguai, vice-campeão sul-americano, país que aos poucos vai resgatando sua tradição histórica de vitórias marcantes e boas campanhas no cenário futebolístico internacional.

Por Luciano Bonfoco Patussi
15 de fevereiro de 2011

O Equador, definitivamente, deixou de ser uma surpresa no futebol da região. Ano após ano, surgem novos talentos no país. Os bons jogadores nascidos em solo equatoriano facilitam, através do seu desempenho, a maximização da competitividade das seleções de base e profissional, bem como favorecem a realização de boas campanhas dos clubes do país. Isso fica evidenciado através de fatos, tais como: a participação da seleção equatoriana nas Copas do Mundo de 2002 e 2006; o título da seleção de jovens do país nos Jogos Pan-Americanos de 2007; a recente classificação do Equador para o mundial sub-20 em 2011; além dos títulos obtidos pela LDU de Quito nos últimos anos, com destaque especial para a Copa Libertadores da América de 2008.

O Uruguai, por sua vez, volta de forma gradativa a ser uma das forças do futebol sul-americano. As seleções e os principais clubes do país, que há décadas viviam apenas na sombra de uma tradição que ficou estagnada no tempo e na memória, voltaram a ter maior destaque nos últimos anos. O Nacional de Montevidéu, por exemplo, voltou a realizar uma boa campanha internacional em 2009, quando alcançou a fase semifinal da Copa Libertadores da América. Isso ainda é pouco para um clube historicamente tricampeão do continente, mas já é uma grande evolução, se compararmos com os resultados obtidos nas últimas duas décadas. O Peñarol, clube que venceu a Copa Libertadores em cinco oportunidades, voltou a ser campeão uruguaio em 2010, fato que não ocorria desde 2003.

Em se falando de seleções, o Uruguai, bicampeão da Copa do Mundo em 1930 e em 1950, voltou a realizar uma campanha de destaque em nível mundial. Em 2010, obteve a quarta colocação na Copa do Mundo disputada na África do Sul, posição que a equipe havia alcançado pela última vez em 1970. Mais recentemente, a seleção Sub-20 da “Celeste Olímpica” , como a seleção uruguaia de futebol é chamada, obteve o segundo lugar no campeonato sul-americano da categoria, sendo que esta campanha abriu portas para o Uruguai disputar mais duas competições: o campeonato mundial Sub-20, na Colômbia, em 2011; e os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Após 84 anos de ausência do torneio de futebol das olimpíadas, o Uruguai voltará a disputar esta competição, da qual foi bicampeão nos anos de 1924 e 1928.

É válido destacar, ainda, a situação inusitada vivida pela seleção da Argentina. Atual bicampeã olímpica, a equipe ficou apenas na terceira colocação do campeonato sul-americano Sub-20, posição que foi insuficiente para o time obter seu passaporte para Londres. Assim sendo, a Argentina não disputará o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2012, perdendo a oportunidade de ser tricampeã de forma consecutiva, já que o time obteve a medalha de ouro em 2004 e 2008. Para as seleções que buscarão conquistar o ouro olímpico, a ausência da Argentina poderá ser um tranquilizador, o que não significaria imaginar que obter a vitória nas olimpíadas será uma tarefa fácil.

Não poderíamos deixar de mencionar o vencedor. O Brasil foi campeão após aplicar sonora goleada de 6 a 0 sobre o Uruguai. Mais do que a taça, a seleção comandada por Ney Franco deixou alguns legados para o futebol. Dos bons jogadores que fizeram parte do elenco campeão – Fernando, Oscar, Henrique, entre outros – destacaria três atletas que tiveram atuação primorosa: Casemiro, volante do São Paulo, jogador eficiente na marcação e no desarme, que atua de cabeça erguida distribuindo passes com qualidade e que, quando possível, aparece no ataque; Lucas, do São Paulo, é um meio campista de ligação que atua na armação de jogadas, imprimindo velocidade, habilidade e criatividade ao jogo, além de ser incisivo ofensivamente; e, por último, Neymar, artilheiro do Santos e da seleção Sub-20, que é um jogador que possui muito potencial a ser desenvolvido, mas que mesmo assim já é um atleta tecnicamente diferenciado no cenário do futebol profissional da América.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Opinião: pontapé inicial para a Libertadores 2011


Vai iniciar a fase de grupos da 52ª edição da Copa Libertadores da América. Na primeira fase, trinta e duas equipes, alinhadas em oito chaves com quatro times cada uma, disputarão dezesseis vagas para a fase de oitavas de final, quando iniciarão as emocionantes disputas eliminatórias. Cinco clubes brasileiros estarão representando o futebol do país em 2011: Internacional, Fluminense, Santos, Cruzeiro e Grêmio. Será uma disputa que proporcionará muita emoção para todos os apaixonados por futebol. É esperar para ver!

Por Luciano Bonfoco Patussi
08 de fevereiro de 2011

Na primeira etapa da disputa, duas equipes de cada chave se qualificarão para a fase decisiva e derradeira. Atenção para os grupos 3, 7 e 8, que pela tradição e qualificação das equipes que neles estão posicionados, prometem grandes jogos e muita emoção na primeira fase. Os grupos estão divididos conforme descrito abaixo:

GRUPO 1

Libertad (PAR)
Once Caldas (COL) – Campeão em 2004
San Luis (MÉX)
Universidad San Martín (PER)

GRUPO 2

Grêmio (BRA) – Campeão em 1983 e 1995
Junior (COL)
Leon de Huánuco (PER)
Oriente Petrolero (BOL)

GRUPO 3

América (MÉX)
Argentinos Juniors (ARG) – Campeão em 1985
Fluminense (BRA)
Nacional (URU) – Campeão em 1971, 1980 e 1988

GRUPO 4

Caracas (VEN)
Unión Española (CHI)
Universidad Católica (CHI)
Vélez Sarsfield (ARG) – Campeão em 1994

GRUPO 5

Cerro Porteño (PAR)
Colo-Colo (CHI) – Campeão em 1991
Deportivo Táchira (VEN)
Santos (BRA) – Campeão em 1962 e 1963

GRUPO 6

Emelec (EQU)
Internacional (BRA) – Campeão em 2006 e 2010
Jaguares (MÉX)
Jorge Wilstermann (BOL)

GRUPO 7

Cruzeiro (BRA) – Campeão em 1976 e 1997
Deportes Tolima (COL)
Estudiantes (ARG) – Campeão em 1968, 1969, 1970 e 2009
Guarani (PAR)

GRUPO 8

Godoy Cruz (ARG)
Independiente (ARG) – Campeão em 1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984
LDU Quito (EQU) – Campeão em 2008
Peñarol (URU) – Campeão em 1960, 1961, 1966, 1982 e 1987

FAVORITOS AO TÍTULO:

Sabemos que em uma competição eliminatória, ou seja, onde cada jogo é uma decisão e pode representar a eliminação para qualquer uma das equipes participantes, apontar favoritos é algo difícil, até porque o decorrer da disputa sempre aponta, ao natural, novos times que, pela sequência de jogos obtida, acaba obtendo qualificação tática, podendo surpreender os principais favoritos. Aliando a qualificação do elenco à sequência de atuações obtidas em 2010, minha opinião é de que os times que pintam, inicialmente, como favoritos ao título da Copa Libertadores, são:

- Santos, que tem em sua linha ofensiva jogadores do quilate de Ganso, Neymar e Elano, entre outros. O Santos, que já era forte, se reforçou ainda mais para esta competição e, por ter no elenco alguns jovens promissores do futebol brasileiro, poderá sonhar com a conquista do título que lhe foge desde 1963.

- Fluminense, que conta com grandes jogadores, entre eles, os diferenciados Conca e Fred. O “Tricolor Carioca” também contratou, buscando qualificar mais seu elenco. Muricy Ramalho, que já levou o time ao título brasileiro no ano passado, tem a responsabilidade de comandar o time na luta pela conquista da América.

O DECORRER DA DISPUTA PODERÁ CANDIDATAR AO TÍTULO:

- Internacional, que defende o título continental conquistado no ano anterior e que possui no elenco um jogador diferenciado, que é D’Alessandro, atleta este que já foi um dos centros técnicos da equipe gaúcha em conquistas anteriores, tais como a Copa Sul-Americana de 2008 e a Copa Libertadores de 2010.

- Cruzeiro, que também reforçou seu elenco e possui jogadores que poderão se tornar muito importantes na luta pelo tricampeonato, tais como Victorino, zagueiro uruguaio que disputou a última Copa do Mundo, bem como Montillo, que já estava no elenco em 2010 e é o cérebro do meio campo da equipe mineira.

- Grêmio, que volta a Libertadores e tem sua confiança depositada em jogadores como o seguro goleiro Victor, além dos meio-campistas Douglas e Carlos Alberto, bem como Escudero, os quais considero diferenciados tecnicamente. Se o treinador Renato conseguir enquadrar a equipe, o torcedor tricolor poderá sonhar.

- Estudiantes, que busca o pentacampeonato. Mesmo com um elenco contando com alterações em relação ao time campeão da América em 2009, o Estudiantes se recuperou, venceu o campeonato argentino (Torneio Apertura 2010) e está disposto a repetir a façanha de chegar ao topo da América mais uma vez.

- Vélez Sarsfield, que é o atual vice-campeão do Torneio Apertura de 2010, e tem em seu elenco o jogador Santiago Silva, “El Tanque”, que poderá comandar o setor ofensivo da equipe, em busca de mais um título na história do clube.

- LDU de Quito, que conquistou em 2010 o seu retorno à Copa Libertadores. Nas semi-finais da Copa Sul-Americana de 2010, vimos que a LDU mantém o mesmo padrão de jogo que o levou às grandes conquistas desta década, sempre focado na velocidade e na objetividade nas saídas do campo de defesa em direção ao setor ofensivo.

PODEM SURPREENDER:

- Independiente, que é o atual campeão da Copa Sul-Americana, e isso o credencia para sonhar com melhores dias na Libertadores. Tecnicamente falando, seu elenco apresenta alguns bons jogadores, tais como Parra e Defederico, mas ainda tem carências no grupo, fato demonstrado através da classificação do time entre os últimos colocados do campeonato nacional de 2010.

- Nacional, que ano após ano tem feito campanhas boas, dentro das possibilidades, na Copa Libertadores. São campanhas longe da tradição da equipe, mas que apresentam certa evolução em relação às últimas duas décadas. O time tem no seu elenco um jogador veterano e que possui uma técnica diferenciada: Marcelo Gallardo.

- Argentinos Juniors, que foi o time campeão argentino no primeiro semestre de 2010 e que deverá lutar contra o Nacional de Montevidéu e contra o América do México por uma vaga na próxima fase da competição. A partir daí, tudo poderá acontecer.

OUTROS TIMES QUE MERECEM ATENÇÃO:

Pelas boas campanhas realizadas dentro do seu país nos últimos tempos, há algumas equipes que eu destacaria, em caráter de opinião pessoal, que podem representar grande surpresa dentro da Libertadores de 2011. Olho neles:

Universidad San Martín (PER), Once Caldas (COL), Junior (COL), Universidad Católica (CHI), Peñarol (URU) e Godoy Cruz (ARG).

A BOLA VAI ROLAR

No mais, tudo isso é questão de análise e opinião pessoal de cada um de nós, algo que se encerra completamente quando a bola rolar. Aí, quem for o melhor, de fato e dentro do gramado, passará de fase, deixará para trás quaisquer prognósticos e ultrapassará seus adversários, conquistando a Copa Libertadores da América de 2011. Haja coração!

Fica registrado o desejo de uma grande competição para todos os leitores e apaixonados por futebol. Saudações esportivas!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Fatos sobre a visível evolução do futebol equatoriano na última década


Através desta matéria, será apresentada uma visão sobre a evolução que o futebol equatoriano vivenciou na última década, sempre relacionado a questão de estrutura física e de pessoal qualificado, visando a formação de atletas tecnicamente diferenciados, bem como a desmistificação da altitude como sendo o principal fator para definir a vitória dentro de campo.

Por Luciano Bonfoco Patussi
27 de janeiro de 2011

A seleção de futebol equatoriana, bem como os clubes do país, vinham apenas coadjuvando no cenário esportivo continental, no que tange as disputas internacionais. Isso era uma regra geral e perdurou até o final dos anos da década de 1990.

Esporádicas vitórias da seleção nacional em jogos válidos pelas eliminatórias da Copa do Mundo, aliados a obtenção de dois vice-campeonatos da Taça Libertadores da América por parte do Barcelona de Guayaquil (1990 e 1998), poderiam ser considerados como auges do futebol local. Mas, na última década, a história mudou drasticamente. Há alguma explicação? Investimento em categorias de base e na estrutura física de alguns clubes.

Algumas agremiações equatorianas tiveram, nos últimos anos, um bom trabalho realizado nas categorias de base. Com investimento em qualificação dos avaliadores técnicos, bem como na estrutura física das entidades formadoras, houve muito resultado positivo obtido nos gramados. Assim sendo, o clube do país que estava mais organizado na época deste choque de mudança, a LDU, passou a revelar muitos atletas com grande potencial a ser desenvolvido, conquistando incontáveis títulos favoráveis a agremiação.

Estes jogadores, aliados aos demais jovens formados na base de outros clubes, passaram a fazer parte dos selecionados do país, proporcionando muita emoção para toda a população equatoriana. Os resultados foram visíveis: o Equador disputou duas Copas do Mundo na sequência, além de tornar-se campeão pan-americano.

SELEÇÃO EQUATORIANA DE FUTEBOL

Em 2001, a seleção equatoriana obteve, pela primeira vez na história, sua classificação para uma Copa do Mundo. No mundial de 2002, disputado na Coréia do Sul e no Japão, a seleção jogou três partidas na primeira fase, sendo eliminado e terminando a disputa na 24ª colocação – 32 países participaram do mundial.

Em 2005, a seleção equatoriana classificou-se para o mundial do ano seguinte, na Alemanha. Em solo europeu, o time alcançou a segunda fase da Copa. Nas oitavas de final, após uma equilibrada partida, a seleção equatoriana terminou eliminada pela Inglaterra. Desta forma, o Equador finalizou a Copa do Mundo de 2006 na 12ª posição.

Quando muitos imaginavam que as surpresas equatorianas já teriam se esgotado, ocorreu a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. No torneio de futebol desta competição, o Equador foi campeão, contando com uma equipe de jovens e promissores atletas. Na decisão, venceu a Jamaica, não menos surpreendente. Antes disso, o Equador havia eliminado o anfitrião da competição: a seleção brasileira.

A Copa do Mundo de 2010 não contou com a presença da seleção equatoriana. Houve uma queda de rendimento nos resultados da equipe, tudo aliado ao crescimento de outros times que eram adversários diretos na disputa, tais como as seleções do Uruguai, do Chile e do Paraguai.

Entretanto, há muita esperança dos equatorianos, no que tange a continuidade do trabalho realizado, com a formação de novos e promissores jogadores, tudo colaborando para com a realização de novas façanhas futebolísticas em médio e longo prazo.

LIGA DEPORTIVA UNIVERSITÁRIA – LDU DE QUITO

A grande maioria dos clubes localizados fora do eixo dos grandes campeões da América do Sul – Brasil, Argentina e, até mesmo, Uruguai – ainda sofre um certo preconceito, quando vencem importantes disputas.

Muitos cronistas destes países preferem denegrir e rebaixar as conquistas obtidas por equipes não tão famosas, “culpando” a suposta “fragilidade” dos times de maior tradição, ou até mesmo colocando a altitude das cidades em que as equipes jogam, como sendo o principal colaborador do insucesso das equipes ditas “tradicionais”. Ora, isso é simplesmente incabível.

É lógico que a altitude é um dos fatores que pode influenciar, e muito, no resultado de uma partida. Isso porque o ar rarefeito causa dificuldades de respiração em quem não se ambienta ao local de forma rápida, bem como torna o jogo mais veloz. Enfim, a altitude é um fator importante a ser considerado. Mas o futebol não tem apenas este fator que influencia em um desempenho atlético.

O futebol é um esporte em que os clubes que possuem estrutura física, qualificação de pessoal, planejamento logístico, entre outros pontos, tendem a obter a maximização dos seus resultados. Estes são apenas alguns pontos a serem considerados, mas há ainda os fatores climáticos, geográficos, a própria altitude, bem como as diferentes dimensões dos campos de jogo, tipos de gramado utilizados, tipo de bola usada em cada diferente competição, entre tantos outros.

Resumidamente, os clubes que tem a melhor estrutura, aliando isso à maior capacidade de ambientação a diferentes situações, tendem a maximizar a potencialidade dos atletas que entram em campo. Quando digo “tendem a maximizar a potencialidade”, isso não quer dizer “vitória garantida”. Isso significa “grandes chances de vitória”. Até mesmo porque, do outro lado do campo, existe um time adversário.

No final das contas, o que decide jogos e campeonatos é um conjunto entre a técnica apurada e a capacidade de adaptação daqueles 11 que entram em campo e disputam a bola em cada centímetro do gramado, seja ele um espaço medíocre e pequeno, digno de série B regional; seja ele, ainda, o majestoso estádio de Old Trafford, na Inglaterra.

Enquanto alguns defendem, até de forma rancorosa, que a altitude de Quito é o fator principal e decisivo de um jogo, a LDU segue empilhando taças nos últimos anos. Estas pessoas simplesmente esquecem que, o título da LDU em 2008, foi apenas a segunda ocasião, desde 1960, em que um clube sediado a mais de 2.000 metros de altitude venceu a Libertadores da América. Quito fica a aproximadamente 2.800 metros. Manizales, sede do Once Caldas (campeão em 2004), fica a pouco mais de 2.000 metros acima no nível do mar.

Se a altitude fosse o fator “mais decisivo”, como é que estes times jamais foram campeões da Libertadores da América antes? Como é que os clubes localizados em altitudes como a de La Paz (mais de 3.600 metros), na Bolívia, jamais venceram uma Taça Libertadores? A resposta é simples: quando falta futebol bem executado, a altitude não ajuda. Quando o time é bom, a altitude até pode ajudar. Mas o que decide é o jogo em si, a bola nos pés, a qualificação técnica e tática.

Sofrendo – ou não – um certo “preconceito” por parte de alguns cronistas esportivos dos países de maior tradição no futebol, o fato é que a LDU do Equador tornou-se uma das agremiações mais vezes campeã na América do Sul nos últimos anos.

Toda essa sequência ocorreu devido a um grande e difícil trabalho de reestruturação realizado pela LDU. Houve investimento na estrutura física, academias, categorias de base e muito mais. Desta forma, após dramaticamente cair para a segunda divisão do país no ano de 2000, o clube deu a volta por cima, se reestruturou, revelou talentos, acostumou-se a jogar competições continentais, até passar a ser um dos protagonistas destas disputas.

Abaixo, serão descritos os grandes títulos e as campanhas destacadas obtidos pela LDU desde que o clube se reestruturou, sendo campeão equatoriano da série B em 2001:

TÍTULOS RECENTES DA LDU

- Copa Libertadores da América: 2008.
- Copa Sul-Americana: 2009.
- Recopa Sul-Americana: 2009 e 2010.
- Campeonato equatoriano: 2003, 2005, 2007 e 2010.

CAMPANHAS DESTACADAS

- Vice-campeão Mundial de Clubes da FIFA: 2008.
- Semifinalista da Copa Sul-Americana: 2004 e 2010.
- Quartas de Final da Libertadores: 2006.
- Oitavas de Final da Libertadores: 2004 e 2005.

Em 2010, a LDU não disputou a Taça Libertadores. Foi a primeira ausência do time nesta competição em muitos anos, já que a última temporada em que o clube havia ficado de fora desta disputa foi em 2003. Entretanto, este ano de 2010 serviu para a LDU recuperar o título de campeão equatoriano – que havia vencido pela última vez em 2007. Em 2011, agora ostentando o título de dez vezes campeã do país, a LDU voltará a disputar a Taça Libertadores da América.

CURIOSIDADES HISTÓRICAS – CAMPEONATO NACIONAL EQUATORIANO

O Equador possui um grupo de quatro grandes clubes, que são os times que possuem maior popularidade no país, tendo eles um grande número de torcedores espalhados por todo o território nacional: Barcelona e Emelec, de Guayaquil; El Nacional e LDU, de Quito.

Além destes quatro times, há mais um clube considerado médio-grande (Deportivo Quito). Este, não é tão popular quanto os demais citados. Mesmo assim, sempre que consegue, faz frente a eles. Coincidência, ou não, estes cinco clubes são as agremiações que possuem, de forma disparada, o maior número de títulos no campeonato equatoriano.

- Barcelona (Guayaquil): 13 títulos nacionais
- El Nacional (Quito): 13 títulos nacionais
- Emelec (Guayaquil): 10 títulos nacionais
- LDU (Quito): 10 títulos nacionais
- Deportivo (Quito): 4 títulos nacionais

Apenas em três oportunidades o título equatoriano escapou deste quinteto: os times que possuem apenas um título equatoriano no seu currículo são Deportivo Cuenca, Deportivo Everest e Olmedo.