quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Copa América 2019: um golpe na tradição

Por Luciano Bonfoco Patussi
22 de agosto de 2017

Digamos que a Federação Gaúcha de Futebol resolva convidar Criciúma, Chapecoense, Peñarol e Nacional de Montevidéu, para disputar o campeonato gaúcho – com o objetivo de melhorar a qualidade técnica do certame.

Em paralelo, imagine que a Confederação Brasileira de Futebol efetive convite semelhante, inserindo Boca Juniors e River Plate na disputa da Copa do Brasil, com o intuito de agregar valor ao torneio.

Neste momento, o leitor deve indagar surpreso: “que papo é esse!?”. Com a desculpa de qualificar tecnicamente a próxima edição da Copa América, a Confederação Sul Americana de Futebol está prestes a convidar diversas seleções de fora do continente americano: entre as cogitadas, estão Portugal, Espanha e Itália, entre outras!

É notório que a inserção destas seleções na competição traria maior visibilidade ao torneio. Fato que se traduziria em cifras milionárias depositadas nos cofres da CONMEBOL, verbas oriundas da negociação de patrocinadores e de direitos de transmissão.

Onde quero chegar com esta análise? Está na hora de a mídia esportiva ser crítica, contra decisões desta magnitude, que visam lucro para as confederações de futebol, entre outros possíveis interessados. Remuneração esta que nunca se transformará em benefícios reais para a população e nem para os amantes da tradição do futebol.

Cabe ressaltar que investigações policiais recentemente ocorridas em nível mundial, no âmbito do futebol, têm mostrado exatamente onde estão os destinatários de boa parcela dos recursos de que estamos falando. Se equipes de fora do continente vierem a disputar a Copa América em 2019, a alma do torneio será esfacelada, pois a competição não mais existirá na sua real e verdadeira essência. O espírito da Copa América, cambaleante, morrerá! Tudo, em favor de algumas dúzias de interessados!

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