Por: Luciano Bonfoco Patussi
25 de novembro de 2020
O início da década de 1990 foi o período que formou minha personalidade de torcedor apaixonado por futebol. Era criança e, por isso, tenho vagas lembranças da Copa do Mundo daquele ano, como por exemplo, alguns jogos do Brasil, em especial a partida de oitavas de final contra a Argentina, e também a semifinal entre argentinos e italianos e, lógico, a decisão entre Alemanha e os Hermanos.
No mundo atual, o acesso à Internet nos
brinda com a possibilidade de revermos gols que marcaram nossas vidas. Neste
mesmo mundo, do qual Diego Armando Maradona partiu no dia 25 de novembro de
2020, é possível regressar até onde nossa memória sequer alcança. Ter a
oportunidade de assistir aos dois gols marcados por Maradona contra a Inglaterra
na Copa do Mundo de 1986, mesmo que em replay,
fez aos poucos eu compreender o tamanho de Diego para os argentinos.
Naquele jogo, Diego foi o vingador da guerra ocorrida anos
antes, onde argentinos e ingleses se defrontaram pela posse das Ilhas Malvinas
– sendo que aqui não cabe julgamento sobre os motivos que levaram àquela
lamentável passagem da história da humanidade. O que importa é que, vestido de
azul e branco, Maradona destroçou o selecionado inglês, no mais apaixonante
palco de batalhas que existe: o campo de futebol! Sua arma? Talento com a bola
nos pés, puro e simples!
Até hoje, em tom de piada, brinco com meu pai, afirmando:
“se eu tivesse nascido duas décadas antes, teria visto Pelé, Garrincha e Falcão
jogar. A culpa é sua”. Como se pudéssemos escolher épocas para nascer. Dito
isso, caímos em risos! O que vale é saudar a vida e as coisas boas que ela nos
proporciona, em todos os momentos e independente do tempo.
Correram os anos e, hoje, consigo rememorar a jogada do gol
que eliminou o Brasil do mundial de 1990, sob outra ótica. O lance fatídico
ficou eternizado em canção da torcida argentina na Copa de 2014. Aquele
acontecimento, em “que
el Diego te gambeteó y que Cani te vacunó”, triste na época para os
brasileiros, passou a ser motivo de alegria em meu coração. Pois, se não vi
Pelé, Garrincha e nem Falcão em campo, posso dizer com emoção: eu vi Maradona
jogar!